Capitulo Nove
Fui para a
livraria Lobos, sempre comprava meus livros de matemática lá.Estava olhando um
livro sobre poesia quando bati de frente com Milla.
-Emma.Achei que não vinha ao shopping.
-Eu não tive chance de responder –
disse um pouco chateada.
-As meninas acabaram de ir.
-Que pena – acabei usando sarcasmo
de mais nessa frase.
-O que ouve.
-Olha Milla – resolvi ser sincera –
Não somos amigas, não vou te contar isso.
Me virei e saí andando.
-Vai contar para quem, para Lucy?Ela
nem te disse que ía sair hoje, Emma.
Odiava, mais Milla estava
certa.Fomos até a praça de alimentação onde contei tudo para ela.
-Olha Emma, não deve ficar tão cismada
com isso, meninos são assim.Tem que dar um tempo, e mostrar quem manda – disse
Milla rindo.
-Não entendo nada de relacionamento.
Na verdade não entendo nada de garotos – era uma triste verdade.
-Ei, então porque não vamos até a
galeria no terceiro andar. Tem uma exposição muito legal lá.
-Ok, vamos – me levantei da mesa
toda empolga.
Fomos até as
escadas rolantes, quando estávamos chegando ao topo encostei minha perna na
lateral da escada rolante,mais não percebi que havia um prego aparente. O prego
furou a minha perna, sentei na escada latejando de dor.
-O que foi Emma? – gritou Milla indo
a meu encontro.
-Minha perna - coloquei a mão em cima do sangue que escorria.
-Vem vamos ao banheiro - Milla e eu
fomos até o banheiro.
Joguei água
no corte, o que me fez chorar de dor. Milla estava esquentada e mais nervosa
que eu.
-Eu vou denunciar esse shopping,
como eles deixam uma droga dessas assim. Para um passa e se rasgar – disse Milla
aos berros.
-Calma Milla. Já estou melhor, é
sério .
-Sério mesmo?
-Sim, está tudo bem.
A minha perna voltou a sangrar. Milla
pegou um pouco de papel, e apertou contra a ferida. Ela se afastou e olhou
sério para mim, seus olhos estavam arregalados, o que me assustou.
- O que ouve? – perguntei assustada.
Mas ela não respondeu, ao contrario.
Ela saiu correndo do banheiro. Fiquei assustada, o que tinha acontecido para
ela agir assim comigo.
Depois de uns minutos fui para o
estacionamento do shopping.Me encostei em um carro laranja de propaganda,
precisava de um minuto para respirar.Ouvi a voz de Lucy, olhei por cima do
carro para encontrá-la.Ela estava saindo de um conversível, e ninguém menos e ninguém
mais do que Adam James estava com ela, sabia que ela estava afim dele, mas não
que eles estavam saindo.Não deixei ela me ver, não queria que ela pensasse que
eu a estava seguindo.Esperei ela passar, Adam ligou o carro ele estava de saída.Lucy
já havia deixado as portas do estacionamento.
Fui suspendida por algo que agarrou
meu pescoço com força, caí no chão. Milla estava em cima de mim, sua mão
agarrada na minha garganta, eu não podia respirar. Eu estava caída no chão e ela
sobre mim. Acertei seu estomago com meu joelho, ela afrouxou um pouco as mãos,
então gritei muito alto, mas ela não gostou e estapeou meu rosto, tornou a
apertar meu pescoço, eu já estava sem ar. Mas
algo atingiu por trás. Era Adam. Fiquei feliz por ver que ele ainda não tinha ido
embora.
-Me solta – gritou Milla escandalosa.
Mas Adam segurava seus braços ela não podia se mexer.
Ela era muito forte, eu ainda estava
no chão sentada sem reação, por algum motivo não conseguia me mexer.Ela deu uma
cotovelada no estomago de Alan, e ele acabou a libertando.Ela voou em cima de
mim, me debati para me liberar de seus peso.Mas ela arranhava meu rosto com
suas unhas, como se tentasse me cortar, ela agarrou minha perna e apertou com
toda força onde estava machucado, gritei de dor, enquanto os dedos dela entrava
na minha carne.
Adam a tirou de cima de mim e a
levou para longe, eles tomaram distancia e começaram a falar.
-Me solta, eu tenho que matá-la!Me
solta! – gritou Milla.
-Não, é errado. Não pode fazer isso.
-Errado?Perdeu o juízo James – ela
gritou – vai esperar até que ela te mate?Eu não vou fazer isso aqui e agora –
ela veio em minha direção, mas Adam agarrou o braço dela.
-Não aqui e nem agora.
Milla não estava feliz, ela mudou
seu caminho e entrou no shopping. Fiquei aliviada, então voltei a sentir a dor
descomunal na minha perna.
-Está tudo bem? –Perguntou Adam se
abaixando.
-Não, o que está acontecendo?O que
ela quis dizer com isso – eu não fazia idéia do que Milla estava pensando, mas
Adam sabia.
-Ela deve ter usado drogas hoje, não
esquenta.
-Ela estava muito bem e de repente
tentou me matar. Não minta para mim – gritei.
-Não sei o que houve Emma.
Eu estava chorando, minha perna doía
muito.Enxuguei minhas lagrimas, era ridículo eu chorar por uma bobagem como
essa.
-Vem eu te levo para casa – Adam me
ajudou a entrar no carro.Dei graças quando passamos pela saída do shopping,
nunca mais eu queria voltar ali.
Adam parou o carro em frente a minha
casa.
-Estava com a Lucy – perguntei.
-Sim, não sabia?
-Ela não me disse.
-Achei que fossem tipo irmãs, que
contam tudo uma para outra.
-Eu também achei – deixei escapar o
tom de decepção na minha voz.
-Não vai entrar? – ele perguntou
apontando para minha casa.
-Na verdade.Posso ir para sua casa,
meu pais vai querer saber porque eu voltei cedo.E porque estou com a perna
machucada.
-Tudo bem – disse ele ligando o
carro.
Pude ver Roy do outro lado da rua, no momento que decemos a
colina para ir a casa de Adam.Mas eu estava com muita dor para falar com ele.
Entramos na casa de Adam. Fomos para cozinha, onde ele disse
que tinha um kit de primeiro socorros.
-Senta aí no balcão – apontou Adam,
-Ok – subi no balcão.
Ele tirou de dentro de uma gaveta a caixa vermelha de primeiros
socorros. De lá tirou um vidro com um liquido roxo e um algodão.
-Ai – o liquido queimava sobre a queimadura.
-Fica quieta – disse segurando minha perna.
-Não da para ficar aquieta com esse troço, está queimando.
-Quem mandou abrir um buraco na perna – ele riu.
-Não tem graça, esta doendo.
Ele enfaixou a ferida com uma gaze, ainda doía muito. Mais
pelo menos não ficaria suja de sangue. Adam guardou os materiais de novo na
gaveta.
-O seu pai nunca está?
-É ocupado de mais para fiar em casa.
-E sua mãe?
-Não tenho mãe.
-Desculpe, eu não sabia.
-Sem problemas, não sou do tipo inflamável. Que chora por
tudo.
-Isso foi uma indireta.
-Talvez – nós rimos, mas não foi engraçado.
Adam ia indo da cozinha, mas eu tinha que agradecer.
-Adam – disse antes que ele saísse.
-O que foi?
-Obrigada.
Ele então voltou e se aproximou, eu ainda estava sentada no
balcão.
-Sabe, eu acho que a Milla poderia ter me matado se você não tivesse
lá.E mesmo assim, você não tinha
obrigação de me ajudar.
-Eu nunca ia deixar ela fazer nada com você,Emma.
-Eu ainda não tinha te agradecido - expliquei um pouco
envergonhada.
Estávamos muito próximos, ele estava encostado no balcão que
eu estava sentada. Eu não sei por que, mais me aproximei dele, estávamos quase
nos beijando, podia sentir já o seu calor, mas ele se afastou.
-Não precisa agradecer – ele saiu da cozinha, e da casa.
Também saí, antes que fizesse alguma besteira.
x
Quando cheguei em casa eu ainda estava mancando, infelizmente
minha mãe reparou.
-Filha, o que ouve – ela correu até mim, e não demorou para
que papai e Bem viessem.
-Não foi nada, cortei minha perna na escada rolante, foi só isso.
-Foi para o hospital? – mamãe perguntou.
-Não.O Adam, nosso vizinho , meu ajudou.
-O Adam é um cara legal – acho que esse comentário de Bem, me
livrou de uma série de perguntas da mamãe. Porque tudo que ela falou foi:
-Porque não vai para o seu quarto, dorme um pouco.
-Vou sim.
Era exatamente o que eu queria fazer. Deitei na cama, não conseguia
dormir por nada, muitas coisas cercam minha cabeça.
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