sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

História parte 10


-Do Roy.
-O que?Você está brincando não é? – que brincadeira sem graça era aquela.
-Não Emma. Eu não brincaria com isso.
-Mas como o que aconteceu? – fiquei séria, será que Lucy esta realmente falando sério?
-Emma, por favor, me diga que você sabia? – Lucy começou a chorar, ela realmente estava falando a verdade.
-Como aconteceu? – perguntei com voz de choro.
-Ele se afogou Emma, na praia.A policia disse que provavelmente no sábado.
-Não pode ser Lucy, eu estava na praia com ele no sábado, e não aconteceu nada!
Fui para sala, eu não conseguia me abalar, não podia ser verdade, Roy não podia ter morrido afogado no sábado, eu estava com ele e não havia acontecido nada, como ele podia ter se afogado?

Na sala permanecia o silencio, parecia que a escola inteira estava sabendo. Olhei para a cadeira de Pri, que estava vazia, eu imagino por que. Mais no fim da aula, um policial chamou o professor na porta, e para minha surpresa o professor disse que eu estava liberada.
Me levantei e todos olharam para mim, odiava quando faziam isso, sai da sala e o policial me chamou.
-Você é a Emma Valentina Fox?
-Só Emma, por favor.
-Senhorita Fox, pode me acompanhar até a diretoria. Estamos interrogandos os alunos lá.
-Interrogando? – o que eles pensam que eu tinha feito?
Entrei na sala da diretora, ela não estava lá, apenas um homem, e o policial que me deixou na entrada e ficou aguardando do lado de fora.
-Oi – disse bem nervosa.
-É a Emma Valentina Fox?
-Só Emma – disse irritada.
-Senhorita Emma, sente-se, por favor.
Me sentei, eu estava muito nervosa.
-O que sabe sobre o caso?
-Nada, acabei de saber?Por favor, me de alguma explicação, ele não pode ter simplesmente se afogado.
-Dizemos isso para todos os efeitos Emma, mas primeiro precisamos de seu depoimento.
-Meu depoimento?Por quê?
-A senhorita Priscila Jones, irmã da vitima, disse que a senhorita foi a ultima pessoa que esteve com Roy Jones.
-Eu não sei de nada, não sei o que ouve. Mas ele não morreu afogado, nós fomos à praia mais não aconteceu nada e...
-Então você estava na praia com a vitima? – odiava o modo que ele se referia a Roy como “vitima”.
-Sim, estávamos fazendo um piquenique, porque ele tinha brigado com um amigo meu, e me deixou chateada era um piquenique de desculpas.
-Um piquenique de desculpas, só isso que tem a dizer.
-E entramos na água, mas não ouve mais nada.
-Que horas chegou em casa, Emma?
-Eu não sei só me lembro de ter acordado no outro dia – eu estava com muita dor de cabeça, acho que só agora a ficha estava caindo, Roy estava morto e eu não podia fazer nada.
-Foi para casa acompanhada do senhor Jones ou foi sozinha?
-Eu não sei, não sei não me lembro. Já disse tudo que eu sei, eu juro.
-Tente se lembrar – ele foi rígido, sei que não iria embora até dar todo material que ele precisava.
-Acho que sim, nós moramos na mesma rua, devemos ter ido embora juntos sim. Mas o que importa? – eu estava muito nervosa, precisava sair daquele lugar.
-Senhorita Emma, a senhorita foi a ultima pessoa a ver um vitima de assassinato e afogamento, não poderá ser liberada – ele gritou.
-Assassinato?Então Roy não se afogou, ele foi assassinado? – olhei para os lados, estava aterrorizada – Estão achando que fui eu?
-Não estamos achando nada, mais precisará de um bom advogado senhorita Emma.
-Advogado?
-Vamos fazer mais algumas perguntas, acha que pode responder? – fiz que sim com a cabeça, mas na verdade eu não podia.

-Disse que a vitima havia tido uma briga na noite anterior? – ele anotava tudo em um caderno.
-Sim, mas não foi nada importante
-Com que ele brigou?
-Adam – eu não podia acreditar que eles queriam saber disso.
-Qual era o grau entre relacionamento de Roy com esse Adam.
-Nenhum, eles não se conheciam direito. Adam é meu amigo.
-E por qual motivo eles brigaram? – ele continuava anotando tudo no caderno, o que me deixou muito nervosa.
-Bobeira de meninos – não acredito que ele estava achando que Adam tinha matado Roy.
-Defina bobeira de meninos, Emma.
-Não importa – gritei.
-Pode descrever a cena? – ele realmente estava me tirando do sério.
-Posso – congelei por um minuto, e comecei a falar – Roy trouxe uma bebida para mim, Adam jogou o copo no mar e chamou ele de idiota, então Roy pulou em cima dele e eles começaram a brigar.
-Acha que o senhor Adam teria motivo para matar o...
-Não, não mesmo.
-Tudo bem, de qualquer forma a senhorita ainda é nossa principal suspeita.
-Como posso ser suspeita? Acha que eu mataria meu namorado? – me exaltei, mas ele estava pedindo, estava me acusando de ter matado Roy!
-Senhorita Emma, se exaltar só vai piorar sua situação. A sua família foi comunicada hoje pela manha, então apenas mantenha a calma.
-Como assim comunicaram minha família? – ele havia conseguido me tirar do sério, mesmo – Eu chego na escola, descubro que meu namorado está morto, sou acusada de assassinato e ainda minha família está sabendo e antes de mim!
-Está dispensada, vá para casa, descanse. Temos muito que fazer, mas a manteremos informada.
-Claro que sim – me retirei da sala e bati a porta, não to nem aí se ele é policial ou investigador ou tanto faz, mas não iria me chamar de assassina e sair impune.

            Ia saindo da escola, não queria ficar ali por mais nenhum segundo. Bati de frente com Milla na porta da escola, saí correndo e a deixei lá, não queria apanhar ou morrer naquela hora, se bem que seria a única maneira de verem que sou inocente.
            Perto da rua da minha casa estava Pri, ela estava encostada no carro dela, exatamente no mesmo lugar que estava no dia do cinema. Não sabia o que dizer a  ela, mas sabia que ela estava mito mais triste que eu.
            -Não vai ficar barato, Emma.
            -O que foi? – não sei se tinha realmente ouvido certo.
            -É isso mesmo, não vai ficar barato!Tem que pagar pelo que fez.
            -O que?Pensa que eu matei seu irmão?
            -Quem mais, é o único monstro que eu conheço! – ela berrou.
            -Monstro?Está falando sério? – pude ver uma lagrima correr de seus olhos, mas não era uma lagrima de dor e sim de ódio.
            -Sim, monstro!
            -Não matei o Roy, não mataria nem que minha vida dependesse disso! – entrei na briga.
            -E depende, por isso matou. Diga, foi bom?Está com energia agora, está melhor, se sente mais bonita, mais saudável?
            -Do que você está falando? – gritei, a esse ponto eu também estava chorando.
            -Não importa mais, eu até tentei ser sua amiga, achei que isso faria com que eu estivesse a salvo, ou qualquer um que eu amo. Mas você não perdoa nem os amigos, Emma.
            -Não fala assim de mim, eu nunca fiz nada de errado – ela entrou no carro e bateu a porta, pude ouvir o carro acelerando, ela abaixou o vidro.
            -Se o conselho fosse mais rápido, pessoas como você já estariam exterminados a muito tempo – ela olhou para frente e resmungou algo, mas pude ouvir com clareza – Olho por olho, dente por dente.




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