-Do Roy.
-O que?Você
está brincando não é? – que brincadeira sem graça era aquela.
-Não Emma. Eu
não brincaria com isso.
-Mas como o
que aconteceu? – fiquei séria, será que Lucy esta realmente falando sério?
-Emma, por
favor, me diga que você sabia? – Lucy começou a chorar, ela realmente estava
falando a verdade.
-Como
aconteceu? – perguntei com voz de choro.
-Ele se
afogou Emma, na praia.A policia disse que provavelmente no sábado.
-Não pode
ser Lucy, eu estava na praia com ele no sábado, e não aconteceu nada!
Fui para
sala, eu não conseguia me abalar, não podia ser verdade, Roy não podia ter
morrido afogado no sábado, eu estava com ele e não havia acontecido nada, como
ele podia ter se afogado?
Na sala
permanecia o silencio, parecia que a escola inteira estava sabendo. Olhei para
a cadeira de Pri, que estava vazia, eu imagino por que. Mais no fim da aula, um
policial chamou o professor na porta, e para minha surpresa o professor disse
que eu estava liberada.
Me levantei
e todos olharam para mim, odiava quando faziam isso, sai da sala e o policial
me chamou.
-Você é a
Emma Valentina Fox?
-Só Emma,
por favor.
-Senhorita
Fox, pode me acompanhar até a diretoria. Estamos interrogandos os alunos lá.
-Interrogando?
– o que eles pensam que eu tinha feito?
Entrei na
sala da diretora, ela não estava lá, apenas um homem, e o policial que me
deixou na entrada e ficou aguardando do lado de fora.
-Oi – disse
bem nervosa.
-É a Emma
Valentina Fox?
-Só Emma –
disse irritada.
-Senhorita
Emma, sente-se, por favor.
Me sentei,
eu estava muito nervosa.
-O que sabe
sobre o caso?
-Nada,
acabei de saber?Por favor, me de alguma explicação, ele não pode ter
simplesmente se afogado.
-Dizemos
isso para todos os efeitos Emma, mas primeiro precisamos de seu depoimento.
-Meu
depoimento?Por quê?
-A senhorita
Priscila Jones, irmã da vitima, disse que a senhorita foi a ultima pessoa que
esteve com Roy Jones.
-Eu não sei
de nada, não sei o que ouve. Mas ele não morreu afogado, nós fomos à praia mais
não aconteceu nada e...
-Então você
estava na praia com a vitima? – odiava o modo que ele se referia a Roy como
“vitima”.
-Sim,
estávamos fazendo um piquenique, porque ele tinha brigado com um amigo meu, e
me deixou chateada era um piquenique de desculpas.
-Um
piquenique de desculpas, só isso que tem a dizer.
-E entramos
na água, mas não ouve mais nada.
-Que horas
chegou em casa, Emma?
-Eu não sei
só me lembro de ter acordado no outro dia – eu estava com muita dor de cabeça,
acho que só agora a ficha estava caindo, Roy estava morto e eu não podia fazer
nada.
-Foi para
casa acompanhada do senhor Jones ou foi sozinha?
-Eu não sei,
não sei não me lembro. Já disse tudo que eu sei, eu juro.
-Tente se
lembrar – ele foi rígido, sei que não iria embora até dar todo material que ele
precisava.
-Acho que
sim, nós moramos na mesma rua, devemos ter ido embora juntos sim. Mas o que
importa? – eu estava muito nervosa, precisava sair daquele lugar.
-Senhorita
Emma, a senhorita foi a ultima pessoa a ver um vitima de assassinato e
afogamento, não poderá ser liberada – ele gritou.
-Assassinato?Então
Roy não se afogou, ele foi assassinado? – olhei para os lados, estava
aterrorizada – Estão achando que fui eu?
-Não estamos
achando nada, mais precisará de um bom advogado senhorita Emma.
-Advogado?
-Vamos fazer
mais algumas perguntas, acha que pode responder? – fiz que sim com a cabeça,
mas na verdade eu não podia.
-Disse que a
vitima havia tido uma briga na noite anterior? – ele anotava tudo em um caderno.
-Sim, mas
não foi nada importante
-Com que ele
brigou?
-Adam – eu
não podia acreditar que eles queriam saber disso.
-Qual era o
grau entre relacionamento de Roy com esse Adam.
-Nenhum,
eles não se conheciam direito. Adam é meu amigo.
-E por qual
motivo eles brigaram? – ele continuava anotando tudo no caderno, o que me
deixou muito nervosa.
-Bobeira de
meninos – não acredito que ele estava achando que Adam tinha matado Roy.
-Defina
bobeira de meninos, Emma.
-Não importa
– gritei.
-Pode
descrever a cena? – ele realmente estava me tirando do sério.
-Posso –
congelei por um minuto, e comecei a falar – Roy trouxe uma bebida para mim,
Adam jogou o copo no mar e chamou ele de idiota, então Roy pulou em cima dele e
eles começaram a brigar.
-Acha que o
senhor Adam teria motivo para matar o...
-Não, não
mesmo.
-Tudo bem,
de qualquer forma a senhorita ainda é nossa principal suspeita.
-Como posso
ser suspeita? Acha que eu mataria meu namorado? – me exaltei, mas ele estava
pedindo, estava me acusando de ter matado Roy!
-Senhorita
Emma, se exaltar só vai piorar sua situação. A sua família foi comunicada hoje
pela manha, então apenas mantenha a calma.
-Como assim
comunicaram minha família? – ele havia conseguido me tirar do sério, mesmo – Eu
chego na escola, descubro que meu namorado está morto, sou acusada de
assassinato e ainda minha família está sabendo e antes de mim!
-Está
dispensada, vá para casa, descanse. Temos muito que fazer, mas a manteremos
informada.
-Claro que
sim – me retirei da sala e bati a porta, não to nem aí se ele é policial ou
investigador ou tanto faz, mas não iria me chamar de assassina e sair impune.
Ia saindo da escola, não queria
ficar ali por mais nenhum segundo. Bati de frente com Milla na porta da escola,
saí correndo e a deixei lá, não queria apanhar ou morrer naquela hora, se bem
que seria a única maneira de verem que sou inocente.
Perto da rua da minha casa estava
Pri, ela estava encostada no carro dela, exatamente no mesmo lugar que estava
no dia do cinema. Não sabia o que dizer a
ela, mas sabia que ela estava mito mais triste que eu.
-Não vai ficar barato, Emma.
-O que foi? – não sei se tinha
realmente ouvido certo.
-É isso mesmo, não vai ficar
barato!Tem que pagar pelo que fez.
-O que?Pensa que eu matei seu irmão?
-Quem mais, é o único monstro que eu
conheço! – ela berrou.
-Monstro?Está falando sério? – pude
ver uma lagrima correr de seus olhos, mas não era uma lagrima de dor e sim de
ódio.
-Sim, monstro!
-Não matei o Roy, não mataria nem
que minha vida dependesse disso! – entrei na briga.
-E depende, por isso matou. Diga,
foi bom?Está com energia agora, está melhor, se sente mais bonita, mais
saudável?
-Do que você está falando? – gritei,
a esse ponto eu também estava chorando.
-Não importa mais, eu até tentei ser
sua amiga, achei que isso faria com que eu estivesse a salvo, ou qualquer um
que eu amo. Mas você não perdoa nem os amigos, Emma.
-Não fala assim de mim, eu nunca fiz
nada de errado – ela entrou no carro e bateu a porta, pude ouvir o carro
acelerando, ela abaixou o vidro.
-Se o conselho fosse mais rápido,
pessoas como você já estariam exterminados a muito tempo – ela olhou
para frente e resmungou algo, mas pude ouvir com clareza – Olho por olho, dente
por dente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário