quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

História parte 4


-Te deixo no ponto mais perto da sua casa, no fim do expediente – parece que ele sabia o meu ponto fraco, andar até minha casa era uma tortura ainda mais depois do castigo, chegaria provavelmente a noite.
            -Me deixa na porta da minha casa – joguei.
            -Tudo bem – ele jogou uma pasta com documentos em cima da minha bancada – Mas imprime isso agora.
            -Sim senhor.

            Imprimi as paginas do documento, foi difícil achar o arquivo certo, as coisas estava meio bagunçadas por lá. Imprimi o documento todo, eram muitas paginas.
            -Se esse é o formulário, imagina o livro de regras – parece que James não ligava muito para elas, então porque esta aí para o livro.
            -Regras, James segue as regras? – perguntei enquanto abastecia o grampeador.
            -Para de me chamar de James, ok – ele ficou bem irritado.
Finalmente consegui abastecer o grampeador, mas eu estava segurando ele de mau jeito e acabei cortando meu dedo.
            -Droga – gritei, apertei o dedo com muita força,o sangue começou a escorrer – Droga, droga, droga.
            -Calma, me deixa ver – James puxou minha mão contra minha vontade.
            -Calma?Fala isso porque não foi o seu dedo – ele riu, e quando percebi já estava sugando o sangue do meu dedo, foi um pouco nojento.Já nem gostaria de pensar em chupar o sangue do meu dedo imagine outra pessoa.
            -Porque fez isso?
            -O grampeador está um pouco velho, não quero que pegue uma doença, coloca um curativo. Feridas abertas são como uma porta aberta para doenças.
            -Obrigado, mas não faça isso de novo, a não ser que seja um vampiro.
            -Vampiros não existem. Anda logo preciso ir embora, e sua casa é longe de mais.
            -Assina aqui – apontei para o fim da folha.
            -É só isso?
            -Precisa da assinatura do seu pai.
            -Eu levo pra casa, e trago assinado amanha.
            -Não pode levar para casa James.
            -Então eu não te levo para casa.
            -Se contar para alguém que esse documento saiu daqui, você está morto – ele riu e pegou o documento.
            -Anda, te espero no carro.
           
            Peguei minha mochila e coloquei minhas coisas dentro, desliguei o computador e apaguei as luzes, tranquei a porta e coloquei a chave no bolso. Entrei no carro, o ar-condicionado estava ligado, estava um gelo. Agüentei por uns minutos mais ao sairmos do bairro desabafei.
            -Pode desligar o ar, James?Por favor, estou com frio.
            -Se usasse uma saia mais descente não sentiria tanto frio.
            -O que? – me emburrei no canto antes que ele dissesse algo.
            -Chegamos. É sua casa não mudou nadinha.
            -Só faz duas semanas, o que queria que tivesse mudado? – eu estava bem irritada.
            -Fala sério porque esta emburrada.
            -Não estou emburrada.
            -Claro que não.O trato era te trazer até aqui, então sai do carro e me deixa ir para casa.
            -Com maior prazer – bati a porta do carro com bastante força, sabia que ele iria odiar, tanto que o carro acelerou e sumiu pela rua em um segundo
            Adam se acha muito inteligente, mas ele que vá achando que pode sempre zombar de mim.
            Mas em fim, pela noite estava tão empolgada com a mudança que eu e Bem começamos a arrumar nossas coisas hoje mesmo, colocamos tudo nas caixas que mamãe tinha nos dado na noite anterior. Acho que nunca estive tão feliz antes.
           
            -E então, quando vocês forem conhecer a casa me chama?Aí podemos pegar o melhor quarto para você.
            -É claro Lucy, ou pensou que eu não ia chamá-la.
            -Afinal chegamos cedo à escola – se ela soubesse que estou saindo meia hora mais cedo todos os dias.
            -Então Lucy, acha que a Pri vai parar de me perturbar pelo menos por enquanto?
            -Até o fim do castigo provavelmente Emma, mais depois acho que vamos ter que quebrar o nariz dela de novo – eu ri.
            -Podemos passar no meu armário primeiro?Não quero encontrar com ela – mudamos nossa rota, e fomos até meu armário.
            -Infelizmente quebrar o nariz dela não vai te dar pontos positivos com o Roy.
            -Isso é uma droga, mas acho que o Roy é só um sonho bobo.
            -Deve ser por isso que você baba por ele desde a primeira série.
            -Não fala isso alto, alguém pode ouvir.

            Lucy exagerou quando disse que eu babava pelo Roy, eu só sempre gostei dele, mas nunca babei. Na verdade Roy foi o meu primeiro amor, foi na primeira série, eu teria conquistado ele se ele não fosse irmão justo da Pri.Se bem que eu acho que na primeira série eu tinha mais jeito com meninos do que hoje.
            Fomos até o armário da Lucy, ficava dois corredores depois do meu. Lá nós poderíamos demorar bastante, ainda mais que o armário do Roy era bem no mesmo corredor.
            -Será que ele já chegou na escola? – perguntei olhando para os lados.
            -Acho que não, a Pri também não chegou – a Lucy não devia mencionar o nome dela perto de mim, nunca.
            -Ei vamos para o refeitório, quero comer alguma coisa antes da aula – me virei e Lucy veio logo atrás de mim, mas logo na virada do corredor bati de frente com alguém.
            -Vai com calma, menina da massa de bolo – Adam estava usando uma calça jeans com os joelhos rasgados e uma blusa branca.
            -É Emma, é tão difícil lembrar-se disso James.
            -Tenho coisas mais importantes para lembrar, Emma.
            -E eu para fazer, então se não se importar, eu vou indo – mas ele segurou meu braço, então não fui a lugar algum.
            -Espera...eu trouxe o relatório – ele o tirou da bolsa e me entregou – Está assinado.
            -Ok, vou colocar na secretaria mais tarde.
            -E você esqueceu isso no meu carro – ele tirou um molho de chaves do bolso da calça.
            -Sério – eu nem havia dado falta das chaves, imagina se eu as perde-se, ia ser castigada, de novo – Obrigada, eu não posso perder isso de jeito algum – peguei as chaves da mão dele.
            -Eu sei – ele me examinou com os olhos, o que me incomodou bastante, detesto que me olhassem.
            -Ainda de mini saia.
            -Não é mini saia, e qual é o problema. O mundo inteiro pode usar saia, menos eu?
            -Só estou brincando, precisa de mais senso de humor Emma. Valeu pelos documentos, eu vou indo, preciso achar a sala.
            -É a terceira do próximo corredor, a frente o refeitório, e na parte leste a quadra, tem um banheiro a cada corredor.
            -E o seu armário?
            -Em três corredores para o lado de lá – apontei para o braço, na verdade eu não sei se devia ter respondido isso – Eu vou indo, vou comer. Até depois.
            Ele só seguiu o que me deixou com raiva por não ter me agradecido por guiá-lo.
            -Então Emma eu ainda estou aqui.
            -Desculpe Lucy. Por favor, não diga a ninguém sobre os documentos.
            -Eu não vou contar, nem sei o que é direito. Mas tudo bem.
            -Obrigada.
            -Será que você pode me dizer quem é aquele gato?
            -Por favor, Lucy, ele não está na lista de gatos – eu ri, chegamos ao refeitório.
            -Na sua não sei, mas na minha com certeza está.
            -Você não tem o melhor gosto para garotos – disse enquanto pegava um bolinho na bandeja de café.
            -Mas feio ele não é,fala sério Emma, ele parece modelo.E você conhece um gato desses e nem me avisa.
            -Está avisada agora.
            -O que fazia no carro de um gato desses – ela devorou o bolinho dela e saímos do refeitório.
            -Indo para casa, quando alguém me largou naquele supermercado, lembra-se.
            -Teve um ponto positivo esperar aquele tempo todo sozinha estão, não é todo dia que se conhece um gato desses.
            -Por favor, Lucy, sabe muito bem em que eu estou de olho em uma pessoa.
            -Acho que a escola inteira sabe, até ele deve saber. Você gosta dele desde sempre Emma, não ta na hora de trocar?
            -Não, não mesmo.



Capitulo cinco

Eu e Bem perturbamos tanto papai e mamãe que resolveram arrumar as coisas e levarmos para a casa na sexta mesmo. Entramos no carro, agora seria tudo de bom nada de meia hora de estrada para chegar à civilização. Mamãe já havia arranjado novos moradores para alugar a casa, e abriria a nova cede do LAR no shopping, que era perto lá de casa e com certeza teria muito mais movimento que antes.
            Chegamos a Colina, um dos bairros mais antigos da minha cidadezinha. As casas eram bonitas e arrumadas, mas a nossa era a maior de todas. Tinha uma fachada clássica e um lindo jardim, era perfeita.
            -Com uns reparos e ela fica novinha em folha.
            -Eu gosto dela assim, é bonita – disse enquanto toda minha família entrava pelo portão do jardim.
            -Podemos pintar a cerca de branco, e as janelas, vai dar uma aparência linda.
            -Se você me pagar eu pinto o que você quiser – se prontificou Bem.
            -Oitenta pratas servem? – perguntou papai tentando se livrar do trabalho.
            -Que tal cem?
            -Prefeito, pode começar amanha de manha?
            -Começo agora se quiser.
            Os negócios entre papai e Bem não duraram um minuto, e nesse tempo meu irmão descolou cem pratas, eu devia ter tido a mesma idéia.
            Entramos dentro da casa, a porta era grande, e linda. As maçanetas eram todas de vidro o que deixou minha mãe impressionada por uns dias. A porta dava direto na sala, que tinha uma area em conjunto com a sala de jantar, já havia mesas e cadeiras eram antigas e brancas, na sala bem a cima de onde papai havia colocado o sofá no dia anterior, havia um lustre com pingentes de vidro, do mesmo estilo da maçaneta. A TV ficou posicionada acima da lareira que era linda.
            A casa já estava bem limpinha, fiquei muito feliz de papai ter vindo um dia antes montar a mobília e limpar a casa. Isso evitou que eu passasse horas com o aspirador de pó nas mãos. Subi as escadas, havia uma espécie de varandinha do segundo andar, que possibilitava ver toda a sala, acho que aquilo foi o motivo de comprarem a casa, sempre foi o sonho da mamãe. Mas tenho que admitir, era lindo.                                                                        Papai colocou as caixas com os nossos pertences nas portas dos nossos futuros quartos, talvez ele tenha feito isso para evitar uma briga entre mim e Bem, muito inteligente da parte dele.                                                           Avistei as caixas com o meu nome no ultimo quarto do corredor, o primeiro era o banheiro o segundo o do papai e mamãe, na virada do corredor vinha o do Bem e logo depois o meu, fiquei mais feliz ainda de ter ficado com uma das suítes, e muito mais feliz de ter uma linda varanda no meu quarto.                                                                                                                                             Na nossa antiga casa não tínhamos uma varanda, e agora eu tinha uma só para mim. Ela tinha a vista para os fundos da casa, pude ver o jardim e a piscina que papai havia instalado a pouco tempo,havia um caminho de pedras,e a cerca terminava um pouco antes das arvores que desciam a colina até o bosque.
           
            -Ficou com a varanda e eu com o quarto maior, é justo pra mim, e para você? –perguntou Bem entrando no meu quarto.
            -Claro, adoro varandas e você precisa de mais espaço para suas tralhas.
            -Quer ajuda com as caixas?
            -Claro.

            Colocamos as caixas para dentro do meu quarto, havia ao todo seis caixas minhas.
            -Bem, pode me ajudar a colocar os moveis no lugar que eu quero.
            -Só se me ajudar no meu quarto.
            -Tudo bem.
            -Vamos colocar a cama de frente para a varanda, e o guarda roupa naquela parede ali – apontei – a cadeira perto da porta da varanda e o móvel ali junto com a estante de livros, e temos que pregar os ganchos de bolsas na porta do banheiro.
            -Parece que já planejou tudo.
            -Sei como quero meu quarto, sonhei com ele minha vida toda – começamos a arrastar os moveis. A cama era da casa já, enorme como nos filmes de princesa, de madeira branca como a da mesa da sala, e era realmente muito pesada.
            -Ufa – Bem passou a blusa no rosto se livrando do suor – Achei que não íamos terminar o seu quarto nunca.
            -Vamos colocar logo seus móveis no lugar, e depois cada um coloca as coisas do seu jeito.

            Fomos para o quarto de Bem, era um pouco maior o que deu para acomodar todas as tralhas dele, demoramos um pouco lá, pois ele não fazia idéia de onde queria sua cama ou guarda-roupas. No fim ainda sobrou um espaço, e colocamos um sofá que mamãe achou que estava “sobrando” na sala, na nossa antiga sala esse sofá estava na portaria do LAR. A TV ficou bem de frente, sabia que ele passaria horas naquele sofá jogando seus games.
            -Finalmente um só para mim – Bem estava tão aliviado quanto eu – Vou arrumar minhas coisas, pode voltar para o seu mundinho.
            -Vou indo – liguei para Lucy, ela veio em menos de quinze minutos.
            -Fico feliz em ter sua ajuda para arrumar minhas coisas.
            -Ainda bem que me chamou, ia ficar triste de não me chamar para esse momento tão único. Seu quarto, só seu.
            -Estou tão feliz, todos estamos na verdade.
            -Adorei a varanda – disse Lucy olhando para o jardim.
            -Eu também. Onde eu coloco o porta retrato, no móvel do canto ou no criado mudo?
            -Coloca no móvel do canto e coloca isso ali também – ela me entregou um embrulho.
            -Já me deu presente de aniversario.
            -Só abre.
            Eu abri eram dois porta retratos, um com uma foto minha e da Lucy com sete anos e outra nossa aos dezesseis, no dia do meu aniversario.
            -Que lindo Lucy, adorei. Com certeza vou colocar – coloquei ao lado de uma foto minha bebê e uma foto da família.
            -Já sabe quem são os vizinhos?
            -Não, mas provavelmente chegam em breve com as boas vindas.
            -É melhor colocar uma roupinha mais limpa amiga, é bom sempre causar boa impressão.
            -Só você mesmo Lucy.
            -Amiga tenho que ir, vamos à casa da vovó e depois no cinema, sabe hoje é sexta, e sabe lá em casa sexta é o dia da família.
            -É claro, obrigada por me ajudar a arrumar meu quarto.
            -De nada amiga, agora eu vou indo. Beijinhos. Ah, posso pegar um dos biscoitos na bandeja de boas vindas lá em baixo.
            -Pode sim, só não deixa a mamãe ver.
            -Claro.

Lucy foi para casa e eu continuei a arrumar o meu quarto. Liguei a minha TV nova para quebrar o silencio, mas estava passando noticia sobre um desaparecimento então desliguei a TV. Podia ficar o dia inteiro arrumando o meu quarto. A mamãe, papai e Bem foram até ao gramado na parte de trás escolher a cor da cerca e reparar as quebradas para amanha começar a pintura.                                                                                              Fui até a cozinha e enchi um copo com leite bem gelado,comecei a tomar mais antes mesmo de engolir o primeiro gole a campainha tocou,deve ser os vizinhos.                                                                                                Abria porta da entrada, e na varanda estava a ultima pessoa que eu esperava ver na terra.
-Boa tarde, é Emma não é?
-É sim, boa tarde Roy – ele estava usando uma blusa regata, e calças brancas sociais, ele sempre estava bem vestido.
-Não sabia que morava aqui – fiquei feliz ao descobrir isso, mas isso significava que a Pri também morava por ali, e meu sorriso simplesmente desapareceu.
-Na verdade não moro, meus avôs sim. Eu não me dou muito bem com meus pais, por isso moro com eles. Só vou em casa nos fins de semana, e quando a minha irmã pede.
-Mas hoje é fim de semana.
-Eu estava indo pra casa agora, mas vi o caminhão de mudança e um movimento, e esta casa está vazia a tanto tempo, então resolvi dar boas vindas.
-Obrigada, muito gentil lembrar.
-De nada, os bons costumes não se perdem.
-É – me arrependi amargamente de não ter ouvido a Lucy e trocado de roupa.
-Estudamos na mesma turma, não?
-Não, eu sou da C. Mas se você quiser transferência temos umas seis vagas ainda – ele riu, fiquei feliz por não ter sacado que era uma indireta.
-Tem bom senso de humor. Talvez eu troque, Pri pode ficar feliz com isso.
-É a “Pri” – fui bem sarcástica ao dizer esse nome.
-Desculpe vocês não se dão bem não é. Soube do que ouve esses dias.
-Desculpe, ela é sua irmã, mas ela me tira do sério.
-Não tem que se desculpar ela é bem assim mesmo, mas se vocês se conhecessem bem, acho que vocês gostariam uma da outra.
-Acho que não.
-Você me lembra ela. É sarcástica.
-Em fim algo em comum.
-Eu tenho que ir Emma. Mas gostei muito de falar com você. Eu não trouxe nada para dar as boas vindas, me desculpe.
-Tudo bem, temos biscoitos para os vizinhos se quiser.
-Não obrigada. Até na escola então – ele se afastou e acenou com a mão, podia sentir meu coração palpitar.

Corri para o meu quarto e liguei para Lucy, sabia que ela estava no encontro familiar mais ela tinha que me ouvir, acho que ela ficou tão feliz quanto eu. Fui tomar um banho, queria tirar aquele suor e colocar meu pijama.                                                                                                                                       Coloquei um roupão lilás por cima do pijama, pois ele era meio que um shortinho tipo calçinha  e uma blusinha colada, papai me expulsaria da sala se eu fosse jantar daquele jeito.Desci para a sala, a bandeja de biscoitos já estava vazia.
-Quantos vizinhos vieram enquanto eu tomava banho?
-Quatro famílias – disse papai com um sorriso no rosto.
-Cinco, veio um enquanto concertavam a cerca.
-Ta vendo Jorge – disse mamãe para o papai – aqui eles são bem mais amigáveis que lá no nosso antigo bairro.
-Não tínhamos vizinha lá mãe – disse Bem – Eu vou lá pra cima, jogar um pouquinho meus games.
-Ok, mas não vai dormir muito tarde querido.
-Ainda são oito horas querida, ele trabalhou muito hoje, deixa ele se divertir.
-E você filha, porque não sobe um pouco.
-Vou ouvir um pouco de musica aqui na sala.
-Eu vou para meu banheiro tomar um banho naquela hidro maravilhosa – mamãe subiu para o banheiro tão feliz que ninguém a contestou.
-Eu vou dormir Emma, não se esquece de desligar o som mais tarde. Estou tão cansado, mudança são para os jovens e não para os caras da minha idade.
Eu ri, e papai foi para o quarto dele. Fiquei na sala sozinha coloquei o som baixo para não receber o meu primeiro castigo na casa nova, abri o álbum de fotos que estava em cima da mesa, provavelmente a mamãe estava matando a saudade.
A primeira foto era dela e do papai no casamento, e outras da lua de mel e na mudança para a nossa antiga casa. A outra parte tinha uma foto minha bebe tomando banho e uma com eu e Bem tomando cereal na sala. Era um hábito que não se tinha perdido.
            A próxima foto eu estava sentada na arvore e Bem tentado subir, o que me fez rir um pouco sozinha na sala, mas a campainha tocou. Eu levantei ainda estava com o álbum na mão, mas não o larguei, não queria o deixar na mesa novamente.                                                                                       Olhei no olho mágico, mas ele estava muito embaçado, teria que limpa-lo mais tarde.
-Desculpe, não é meio tarde para visit...Adam?
-Emma. Boa noite.
-Boa noite, não vai me dizer que você mora aqui na rua.
-Não mocinha, no fim do bairro. É um bairro pequeno, moro logo na decida da colina, ali na praia.
-Tinha que ser na praia não é – a casa mais luxuosa do bairro, claro que tinha que ser a do Adam.
-Lembrou do meu nome, isso é um bom sinal?
-Você me chamou de Adam, então posso te chamar de Emma.
-Obrigada, eu acho – e der repente fiquei muda, não era exatamente quem eu esperava encontrar. Mas depois que Roy havia me visitado, nada mais nada poderia me surpreender.
-Acho que posso te dar mais caronas agora, já que não mora mais no fim do mundo.
-É essa casa é bem melhor.
-É sempre gostei dessa casa. É a primeira da rua. Ficou com qual quarto?
-O dos fundos.
-O da varanda.
-É sim, como sabe?
Ele olhou um pouco para a lateral da casa.
-Imaginei, o quarto da frente é o maior, e os pais gostam de ter o controle. E com três nos fundos, acho que você ia querer o da varanda.
-É, gosto de varandas.
Ele fez que sim com a cabeça.
-O que estava fazendo? – Adam estava com uma calça jeans desfiada com umas manhas pretas que parecia ser graxa, uma blusa preta regata, e estava um pouco suado.
-Mexendo no motor do carro.
-Não tem um mecânico só para isso?
-Eu gosto de mexer nos meus carros, é um modo de me ocupar.
-Carros?
-É. Eu pensei em trazer alguma coisa, mas... Não tinha nada apetitoso lá em casa.
 -A empregada faltou?
-Não. E eu que cozinho lá em casa.
-Sério? Não tem cara de ser dona de casa.
-É mocinha, e você não tem cara de quem fica sexta à noite olhando álbum de fotos da família.

Levantei minha mão, ainda estava segurando o álbum. O fechei, não queria que ele visse algumas fotos do tipo, meu primeiro banho ou meu primeiro tombo no ringue de patinação.  

-Pois é.Se já terminou, eu vou voltar para meu sofá e ver o meu álbum de família sexta a noite.
-Tudo bem,boa noite – eu me virei, ia fechando a porta quando lembrei que poderia me aproveitar de que o Adam morava perto da minha casa.
-Adam, espera.
-Sim...
-Já que você mora aqui perto, não pode me dar carona para a escola.
-Achei que não fossemos amigos mocinha.
-Com você me chamando assim é meio difícil.
-Tudo bem então Emma, às seis e meia está bem?
-Seis e quarenta, preciso de mais tempo.
-Te conheço a menos de um mês e já quer mudar meu horário de aula.
-Sou uma garota, não posso me arrumar em pouco tempo.
-É só colocar aquela mini saia e pronto.
-Não seja idiota, não vou sempre com aquela coisa. Odeio roupas muito curtas.
-Não parece – ele apontou para mim, então me dei conta que meu roupão estava aberto, há bastante tempo na verdade.Fechei  ele bem rápido,não sei o que ia adiantar aquela altura.
-É...
-Não se preocupe eu não vi nada.
-Ainda bem mesmo – ele riu, e tomou seu caminho de volta. Fiquei feliz por Adam e não Roy ter me visto assim, Adam era debochado o Maximo que faria era rir de mim, mas Roy, isso poderia acabar com nosso futuro relacionamento.


Capitulo seis

                       
Graças ao meu bom comportamento a diretora Mery suspendeu o meu castigo,mas ela só me avisou após eu passar o outro dia inteiro na secretaria, então não resolveu muita coisa para mim.Ela considerou aquela semana que eu já havia trabalhado mais que o suficiente. Fiquei muito feliz em receber o telegrama no domingo à tarde, foi difícil impedir que o papai visse mais não foi impossível.
            Acordei às seis horas, quer dizer que só tinha quarenta minutos para estar pronta, mas fiquei feliz de não ter que acordar uma hora e meia antes todos os dias.Usei meu banheiro novo pela segunda vez, me sentia uma boba contando isso.Finalmente tinha uma calça para usar.Ganhei no sábado, mamãe ficou muito feliz ao me dar a calça mais meia hora depois, quando viu que eu tinha desfiado os joelhos da calça com a tesoura, me deixou sem computador por uma semana.Mas eu posso sobreviver.
            Desci para a entrada, Bem já havia saído para a escola e papai também, mamãe ainda estava dormindo. Sentei no primeiro degrau para esperar minha carona.                                                                                                               Estava colocando o meu celular no bolso da calça quando vi Roy passar pelo outro lado da calçada. Torci para que ele não visse, mas não deu muito certo.      

Continua .... 

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