quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

História parte 2


Agora estava comprovado o estilo milionário de vida da família Price, aquela caminhonete era de última geração, linha, modelo e eu nem entendo de carro, nunca tinha visto igual e aposto que ainda nem havia chegado ao mercado ainda.
            -Uma pergunta – falei antes que ele entrasse no carro - O modelo desse carro... É desse ano.
            -Sim – ele parecia confuso, mas não importa – Por quê?
            -Nada não – entrei no carro antes que me fizesse outra pergunta.

            Fomos até a minha casa, a viagem foi tranqüila. É claro que eu fiquei em absoluto silencio, não tinha muita coisa para falar afinal ainda era um completo estranho.
            -Chegamos. É aqui não é? – ele pareceu duvidar ao ver a casa de dois andares branca.
            -É aqui sim, agora se você não se importar eu vou indo antes que você zombe da minha casa.
            -Não ia zombar –disse ele abrindo um largo sorriso –Só é um pouco pequena.
            -Pra você sim, mas pra mi está de bom tamanho – quem eu queria enganar, minha casa era um ovo, mas eu não ia deixar um filhinho de papai zombar da minha casa - Então eu vou indo – abri a porta do carro.
            -Não vai agradecer? – ele ergueu a sobrancelha me desafiando.
            -Obrigada – disse com dificuldade, agradecer a Adan parecia ofender meu orgulho.
            -E o beijo?
            -Beijo?
            -Nos filmes quando o rapaz bonito deixa a mocinha em casa, após salva-la de um dia terrível, ela grata dá um beijo de agradecimento no rapaz.
            -Isso só acontece em filmes antigos e clichês, hoje em dia a mocinha da um tapa na cara do rapaz que se acha bonito. Mas já que isso aqui não é um filme, vamos deixar o beijo para lá.
            -Se você deixar o tapa para lá, por mim tudo bem – outro sorriso se ergueu no canto esquerdo de sua boca. Saí do carro e segui para a entrada sem olhar para trás.

            Fui direto para meu quarto, que a propósito eu o dividia com meu irmão mais novo, ele tinha treze e eu dezesseis a partir de hoje. Entrei no quarto, meu irmão dormia para a minha alegria, tirei o tênis e me joguei na cama nem me cobri e já havia dormido.

            -Acorda , acorda ,acorda acordaaaaaaaaaaaa!
            -Bem saí de cima de mim! – gritei, ele era pesado não tinha mais cinco aninhos.
            -Só estou te dando feliz aniversário, sua má humorada – ele saiu do quarto chutando tudo. Olhei no relógio eram dez horas, minha festa era daqui a duas horas e eu ainda não tinha feito nada.
            -Bom dia querida feliz aniversario – cantaram papai e mamãe em coro quando eu entrei na cozinha.
            -Oi, obrigada – estava confusa, eu ainda nem estava realmente acordada.
            -Filho porque você não coloca o cereal da sua irmã na tigela e leva pra ela – disse mamãe de todo bom humor.
            -Sim senhora – disse Bem imitando um soldado, o que fez papai gargalhar por umas horas ainda.
            -Eca Bem, não toma o leite direto da caixa, fica cheio de bactérias – gritei nervosa.
            -Relaxa Emma, é seu aniversario,pode ficar calma e parar de mandar só por um segundo!
            -Eu não sou mandona, só higiênica.
            -Crianças não vão brigar...
            -Eu não sou criança, tenho dezesseis, agora sou adulta – disse cheia de orgulho.
            -Ok – disse mamãe sarcástica, pude perceber – Então porque a adulta não vai até a praia logo montar a tenda.
            -Achei que já tivesse montado?
            -Eu ia montar, mas preciso da ajuda de uma adulta para isso – ela gargalhou junto com papai e Bem, agora eles tirariam sarro da minha cara o dia inteiro.


           
Capitulo dois



            Abri a garagem, a barraca estava desmontada e dentro da cesta da minha bike, estava pronta para montar a tenda da minha festa. Quando olhei para fora uma tragédia, chovia tanto, uma tempestade para ser mais exata, ainda pior que ontem. Entrei em casa correndo e batendo em tudo que pude ver.
            -O que foi? –gritou Bem nervoso por eu estar nervosa.
            -Acabou a festa foi água a baixo, literalmente!- Bem correu para a janela e abriu à cortina, papai olhou impressionado.
            -Se assim está aqui, imagine na praia.
            -Thomas, não fala isso – repreendeu mamãe.
            -Não esquenta mãe, eu já sei, sem festa.
            -Filha – papai tentou me confortar.
            -Eu vou ligar para a Lucy, avisar que não vai mais ter festa.

            Fui para o banheiro, não queria falar com Lucy em algum lugar que Bem ouvisse.
            -Lucy?
            -Oi, e então ta tudo pronto?
            -Não vai rolar.
            -Como assim?
            -A chuva, a praia deve estar de baixo da água – olhei minha imagem no espelho, eu ainda estava igualzinha.
            -Quer que eu vá para aí, minha mãe pode me emprestar o carro, pelo menos podemos nos divertir.
            -Eu ia adorar.
            -Então me espera, você vai adorar seu presente.
            -Estou te esperando então – desligamos o telefone, Lucy não demoraria, ela era muito pontual. Fui para a cozinha mamãe preparava o super bolo.

            Depois de meia hora a campainha tocou, eu esperava por Lucy ansiosamente no sofá.
            -Entra! – gritei para não ter que me levantar.
            -Emma! – Lucy correu em minha direção e me abraçou, como se não me visse a anos – Parabéns, agora temos a mesma idade, podemos dirigir entrar em boates, sair sozinhas, sentar no banco da frente.
            -Calma Lucy, uma coisa de cada vez.
            -Aqui o seu presente – ela notou o meu sorriso, agarrei a caixa de sua mão, era enorme.
            Abri a caixa e tinha um lindo vestido dentro.
            -Nossa que lindo Lucy! – me levantei e coloquei o vestido na frente do corpo. Ele ia até o pé, era coisa de princesa, rodado em baixo e  em cima justo.
            -Eu achei a sua cara, e no ano passado você me deu um celular de presente, tinha que dar algo à altura.
            -Onde vou usá-lo?
            -No baile de formatura.
            -Mas ainda estamos no segundo ano.
            -Eu sei – ela riu e eu também, fui correndo na cozinha mostrar o vestido para todos, o guardei na caixa e coloquei no meu guarda-roupas, guardado a sete chaves.
           
            Lucy dormiu lá em casa, passamos o dia comendo sorvete e pipoca doce, assistimos todos os filmes de terror que pudemos achar na locadora na rua da minha casa, de noite estávamos com dor de cabeça e mais sono do que já sentira em toda a minha vida, coloquei dois sacos de dormir na sala, não á obrigar a minha amiga dividir o quarto com meu irmão.
            Um fato curioso que eu não comentei, faço aniversário a dois dias exatos da volta às aulas, o que não me dava chance de aproveitar nada. Surpreendentemente pela manha o sol se abriu como nunca naquele mês,mais ainda estava frio.Quase morri de raiva por o sol não ter chegado um dia antes.                                                                                                                               Papai preparou o carro para o dia da pescaria.Eu era ótima pescando,sem querer me gabar.

            -E então filha, preparada para a pescaria? – perguntou papai tentando colocar todas as varas de pescar no carro.
            -Claro, é quando não estou pronta – disse me sentando no banco ao lado de Bem, e logo em seguida de Lucy.
            -Agente podia ficar em casa – resmungou Bem, colocando os fones de ouvido.
            -Fala isso porque não sabe pescar – me gabei.
            -Eu estou indo pelo sol, adoro a praia do norte, as daqui são tão chatas e pequenas – Lucy já estava coberta de bronzeador.
            -Emma passou o protetor solar? – perguntou minha mãe colocando dez quilos de protetor no meu nariz.
            -Mãe!Já tenho dezesseis posso passar o protetor solar sozinha! – ela estava me aborrecendo me tratando como criança.
           

            Chegamos à praia após quinze minutos, não era longe afinal. O sol brilhava e a praia esta com algumas pessoas,eu queria que estivesse vazia mas o  que posso fazer.Um carma que nossa família carrega, papai é branco e minha mãe também, eu e Bem somos absurdamente brancos,o que quer dizer que o sol não pode nem pensar em tocar nossa pele.                         Enquanto Lucy deitava no sol com bronzeador por todo o corpo, eu me escondia na barraca ao lado da vara de pescar esperando até algum peixinho morder a isca.Papai chupava picolés e mamãe reclamava do lixo produzido pela população.Um dia completamente normal para mim.

            -Mãe eu e Lucy vamos andar na areia um pouco, tudo bem? – perguntei me levantando.
            -Tudo bem, você já tem dezesseis anos, não precisa de supervisão – um sorriso se abriu no meu rosto que a praia inteira podia perceber.
            -Mas cuidado filha aparece nos noticiários toda hora, essas coisas de pessoas desaparecendo na praia, pessoas morrendo afogadas.
            -Pai calma, não vai acontecer nada.

            Eu e Lucy nos levantamos e seguidos pela margem do mar. Enquanto Lucy estava de Biquíni e short, eu usava calça jeans e blusa de manga comprida e tênis.
            -Não olha agora – disse Lucy desviando o olhar.
            -O que?O que? – perguntei olhando para o mar para disfarçar, mesmo sem saber o que.
            -Priscila Jones e as amiginhas dela – podia sentir o ódio na voz de Lucy de longe.
           

Priscila Jones, mais conhecida como Pri, rainha da popularidade na nossa escola. Pri é rica e se acha melhor que todo mundo, usa sapatos mais caros que a hipoteca da minha casa e mora no bairro nobre da cidade.Uma loira alta,que já colocou silicone nos seios duas vezes,e me odeia por motivo algum,seu passatempo favorito,acabar comigo,e nos últimos cinco anos – ou seja, desde que eu a conheço – ela desempenha esse papel maravilhosamente bem.Ela sempre esta acompanhada pelas irmãs gêmeas Liza e Lize,até hoje não sei quem é quem.
            -Lucy, Emma! – Pri correu em nossa direção.
            -Pri! – disse tão falso quando o silicone dela.
            -Achei que vocês passavam as férias em casa, como todas as impopulares fazem.
            -E eu achei que pessoas como você passassem as férias...
            -Deixa para lá Emma – disse Lucy me interrompendo.
            -Emma, adorei sua roupa de banho – disse Liza ou Lize – Onde foi que comprou? – Elas riram e Pri também, apenas passaram entre mim e Lucy e foram embora.
            -Devem estar caçando surfistas.
            -Ou salva-vidas, é o prato favorito da Priscila.

                        No fim do dia papai já havia comprado uns quinze picolés, Lucy estava quase negra e Bem já havia escutado toda a play list do seu celular.                                                                                                               
                        Deixamos Lucy na casa dela, mamãe aceitou o convite da mãe Lucy para um chá, que durou duas horas. Quando chegamos em casa Bem correu para o computador, como se estivesse vendo um amigo que não via a anos, mamãe foi resolver assuntos pendentes do Lar, e o papai... Na verdade eu não sei o que ele foi fazer. E eu como sempre fui assistir TV, passei o resto da tarde tentando me acostumar com o fato de que a partir de amanha eu teria que atura a “Pri” por duzentos dias letivos,em fim não foi uma tarde muito boa.

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