Agora estava comprovado o estilo
milionário de vida da família Price, aquela caminhonete era de última geração,
linha, modelo e eu nem entendo de carro, nunca tinha visto igual e aposto que
ainda nem havia chegado ao mercado ainda.
-Uma
pergunta – falei antes que ele entrasse no carro - O modelo desse carro... É
desse ano.
-Sim
– ele parecia confuso, mas não importa – Por quê?
-Nada
não – entrei no carro antes que me fizesse outra pergunta.
Fomos
até a minha casa, a viagem foi tranqüila. É claro que eu fiquei em absoluto silencio,
não tinha muita coisa para falar afinal ainda era um completo estranho.
-Chegamos.
É aqui não é? – ele pareceu duvidar ao ver a casa de dois andares branca.
-É
aqui sim, agora se você não se importar eu vou indo antes que você zombe da
minha casa.
-Não
ia zombar –disse ele abrindo um largo sorriso –Só é um pouco pequena.
-Pra
você sim, mas pra mi está de bom tamanho – quem eu queria enganar, minha casa
era um ovo, mas eu não ia deixar um filhinho de papai zombar da minha casa -
Então eu vou indo – abri a porta do carro.
-Não
vai agradecer? – ele ergueu a sobrancelha me desafiando.
-Obrigada
– disse com dificuldade, agradecer a Adan parecia ofender meu orgulho.
-E
o beijo?
-Beijo?
-Nos
filmes quando o rapaz bonito deixa a mocinha em casa, após salva-la de um dia terrível,
ela grata dá um beijo de agradecimento no rapaz.
-Isso
só acontece em filmes antigos e clichês, hoje em dia a mocinha da um tapa na
cara do rapaz que se acha bonito. Mas já que isso aqui não é um filme, vamos
deixar o beijo para lá.
-Se
você deixar o tapa para lá, por mim tudo bem – outro sorriso se ergueu no canto
esquerdo de sua boca. Saí do carro e segui para a entrada sem olhar para trás.
Fui
direto para meu quarto, que a propósito eu o dividia com meu irmão mais novo,
ele tinha treze e eu dezesseis a partir de hoje. Entrei no quarto, meu irmão
dormia para a minha alegria, tirei o tênis e me joguei na cama nem me cobri e
já havia dormido.
-Acorda
, acorda ,acorda acordaaaaaaaaaaaa!
-Bem
saí de cima de mim! – gritei, ele era pesado não tinha mais cinco aninhos.
-Só
estou te dando feliz aniversário, sua má humorada – ele saiu do quarto chutando
tudo. Olhei no relógio eram dez horas, minha festa era daqui a duas horas e eu
ainda não tinha feito nada.
-Bom
dia querida feliz aniversario – cantaram papai e mamãe em coro quando eu entrei
na cozinha.
-Oi,
obrigada – estava confusa, eu ainda nem estava realmente acordada.
-Filho
porque você não coloca o cereal da sua irmã na tigela e leva pra ela – disse
mamãe de todo bom humor.
-Sim
senhora – disse Bem imitando um soldado, o que fez papai gargalhar por umas
horas ainda.
-Eca
Bem, não toma o leite direto da caixa, fica cheio de bactérias – gritei
nervosa.
-Relaxa
Emma, é seu aniversario,pode ficar calma e parar de mandar só por um segundo!
-Eu
não sou mandona, só higiênica.
-Crianças
não vão brigar...
-Eu
não sou criança, tenho dezesseis, agora sou adulta – disse cheia de orgulho.
-Ok
– disse mamãe sarcástica, pude perceber – Então porque a adulta não vai até a
praia logo montar a tenda.
-Achei
que já tivesse montado?
-Eu
ia montar, mas preciso da ajuda de uma adulta para isso – ela gargalhou junto
com papai e Bem, agora eles tirariam sarro da minha cara o dia inteiro.
Capitulo dois
Abri a garagem, a barraca estava
desmontada e dentro da cesta da minha bike,
estava pronta para montar a tenda
da minha festa. Quando olhei para fora uma tragédia, chovia tanto, uma
tempestade para ser mais exata, ainda pior que ontem. Entrei em casa correndo e
batendo em tudo que pude ver.
-O que foi? –gritou Bem nervoso por
eu estar nervosa.
-Acabou a festa foi água a baixo,
literalmente!- Bem correu para a janela e abriu à cortina, papai olhou
impressionado.
-Se assim está aqui, imagine na
praia.
-Thomas, não fala isso – repreendeu
mamãe.
-Não esquenta mãe, eu já sei, sem
festa.
-Filha – papai tentou me confortar.
-Eu vou ligar para a Lucy, avisar
que não vai mais ter festa.
Fui para o banheiro, não queria
falar com Lucy em algum lugar que Bem ouvisse.
-Lucy?
-Oi, e então ta tudo pronto?
-Não vai rolar.
-Como assim?
-A chuva, a praia deve estar de
baixo da água – olhei minha imagem no espelho, eu ainda estava igualzinha.
-Quer que eu vá para aí, minha mãe
pode me emprestar o carro, pelo menos podemos nos divertir.
-Eu ia adorar.
-Então me espera, você vai adorar
seu presente.
-Estou te esperando então –
desligamos o telefone, Lucy não demoraria, ela era muito pontual. Fui para a
cozinha mamãe preparava o super bolo.
Depois de meia hora a campainha
tocou, eu esperava por Lucy ansiosamente no sofá.
-Entra! – gritei para não ter que me
levantar.
-Emma! – Lucy correu em minha
direção e me abraçou, como se não me visse a anos – Parabéns, agora temos a
mesma idade, podemos dirigir entrar em boates, sair sozinhas, sentar no banco
da frente.
-Calma Lucy, uma coisa de cada vez.
-Aqui o seu presente – ela notou o
meu sorriso, agarrei a caixa de sua mão, era enorme.
Abri a caixa e tinha um lindo
vestido dentro.
-Nossa que lindo Lucy! – me levantei
e coloquei o vestido na frente do corpo. Ele ia até o pé, era coisa de
princesa, rodado em baixo e em cima
justo.
-Eu achei a sua cara, e no ano
passado você me deu um celular de presente, tinha que dar algo à altura.
-Onde vou usá-lo?
-No baile de formatura.
-Mas ainda estamos no segundo ano.
-Eu sei – ela riu e eu também, fui
correndo na cozinha mostrar o vestido para todos, o guardei na caixa e coloquei
no meu guarda-roupas, guardado a sete chaves.
Lucy dormiu lá em casa, passamos o
dia comendo sorvete e pipoca doce, assistimos todos os filmes de terror que
pudemos achar na locadora na rua da minha casa, de noite estávamos com dor de
cabeça e mais sono do que já sentira em toda a minha vida, coloquei dois sacos
de dormir na sala, não á obrigar a minha amiga dividir o quarto com meu irmão.
Um fato curioso que eu não comentei,
faço aniversário a dois dias exatos da volta às aulas, o que não me dava chance
de aproveitar nada. Surpreendentemente pela manha o sol se abriu como nunca
naquele mês,mais ainda estava frio.Quase morri de raiva por o sol não ter chegado
um dia antes. Papai
preparou o carro para o dia da pescaria.Eu era ótima pescando,sem querer me
gabar.
-E então filha, preparada para a
pescaria? – perguntou papai tentando colocar todas as varas de pescar no carro.
-Claro, é quando não estou pronta –
disse me sentando no banco ao lado de Bem, e logo em seguida de Lucy.
-Agente podia ficar em casa –
resmungou Bem, colocando os fones de ouvido.
-Fala isso porque não sabe pescar –
me gabei.
-Eu estou indo pelo sol, adoro a
praia do norte, as daqui são tão chatas e pequenas – Lucy já estava coberta de
bronzeador.
-Emma passou o protetor solar? –
perguntou minha mãe colocando dez quilos de protetor no meu nariz.
-Mãe!Já tenho dezesseis posso passar
o protetor solar sozinha! – ela estava me aborrecendo me tratando como criança.
Chegamos à praia após quinze minutos,
não era longe afinal. O sol brilhava e a praia esta com algumas pessoas,eu
queria que estivesse vazia mas o que
posso fazer.Um carma que nossa família carrega, papai é branco e minha mãe
também, eu e Bem somos absurdamente brancos,o que quer dizer que o sol não pode
nem pensar em tocar nossa pele. Enquanto
Lucy deitava no sol com bronzeador por todo o corpo, eu me escondia na barraca
ao lado da vara de pescar esperando até algum peixinho morder a isca.Papai
chupava picolés e mamãe reclamava do lixo produzido pela população.Um dia
completamente normal para mim.
-Mãe eu e Lucy vamos andar na areia
um pouco, tudo bem? – perguntei me levantando.
-Tudo bem, você já tem dezesseis anos,
não precisa de supervisão – um sorriso se abriu no meu rosto que a praia
inteira podia perceber.
-Mas cuidado filha aparece nos
noticiários toda hora, essas coisas de pessoas desaparecendo na praia, pessoas
morrendo afogadas.
-Pai calma, não vai acontecer nada.
Eu e Lucy nos levantamos e seguidos
pela margem do mar. Enquanto Lucy estava de Biquíni e short, eu usava calça
jeans e blusa de manga comprida e tênis.
-Não olha agora – disse Lucy
desviando o olhar.
-O que?O que? – perguntei olhando
para o mar para disfarçar, mesmo sem saber o que.
-Priscila Jones e as amiginhas dela
– podia sentir o ódio na voz de Lucy de longe.
Priscila Jones, mais conhecida como Pri, rainha da
popularidade na nossa escola. Pri é rica e se acha melhor que todo mundo, usa
sapatos mais caros que a hipoteca da minha casa e mora no bairro nobre da
cidade.Uma loira alta,que já colocou silicone nos seios duas vezes,e me odeia
por motivo algum,seu passatempo favorito,acabar comigo,e nos últimos cinco anos
– ou seja, desde que eu a conheço – ela desempenha esse papel maravilhosamente
bem.Ela sempre esta acompanhada pelas irmãs gêmeas Liza e Lize,até hoje não sei
quem é quem.
-Lucy, Emma! – Pri correu em nossa
direção.
-Pri! – disse tão falso quando o
silicone dela.
-Achei que vocês passavam as férias
em casa, como todas as impopulares fazem.
-E eu achei que pessoas como você
passassem as férias...
-Deixa para lá Emma – disse Lucy me
interrompendo.
-Emma, adorei sua roupa de banho –
disse Liza ou Lize – Onde foi que comprou? – Elas riram e Pri também, apenas
passaram entre mim e Lucy e foram embora.
-Devem estar caçando surfistas.
-Ou salva-vidas, é o prato favorito
da Priscila.
No fim do dia papai já
havia comprado uns quinze picolés, Lucy estava quase negra e Bem já havia
escutado toda a play list do seu celular.
Deixamos Lucy na casa
dela, mamãe aceitou o convite da mãe Lucy para um chá, que durou duas horas. Quando
chegamos em casa Bem correu para o computador, como se estivesse vendo um amigo
que não via a anos, mamãe foi resolver assuntos pendentes do Lar, e o papai... Na
verdade eu não sei o que ele foi fazer. E eu como sempre fui assistir TV,
passei o resto da tarde tentando me acostumar com o fato de que a partir de
amanha eu teria que atura a “Pri” por duzentos dias letivos,em fim não foi uma
tarde muito boa.
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