-Emma –
gritou ele do outro lado da rua, ele a atravessou – Oi, bom dia.
-Bom dia, vizinho – eu ri, mas foi
de nervosismo.
-Não vai para a escola? – eu não
estava com a minha melhor roupa, só com minha calça nova e uma blusa lilás
comum. Agora eu tinha que me lembrar de me arrumar melhor, já que viveria me
encontrando com Roy.
-Vou sim, estou dando um tempo.
-Quer ir comigo, eu pego o ônibus
logo na outra rua – der repente me arrependi amargamente de me oferecer para o
Adam me dar carona.
-Claro – me levantei torcendo para
Adam atrasar mais um pouco.
-A escola é pertinho daqui, o ônibus
para bem em frente, é bem tranqüilo. Mas se ficar sentada aí na porta até essa
hora não vai chegar a tempo.
-Eu sei, só estava guardando meu
celular e... Fazendo nada.
-Claro – entramos no ônibus, ficamos
em pé por três minutos e depois sentamos. E em vinte minutos paramos na porta
da escola.
-Então está pensando em se escrever
em algo esse ano?
-Atividades extras?
-Sim – Roy usava uma calça social e
uma blusa xadrez, seu cabelo loiro estava espetado, como sempre estava lindo.
-Eu não sei, não sou muito boa
nessas atividades que tem na escola.
-Vou fazer futebol.
-É fácil para você, é o capitão do
time desde o pré.
-Mas tem muitas opções, e alem do
mais agora estamos no segundo ano e é obrigatório.
-Infelizmente.
-Gosta de artes? – ele era tão lindo
tentando me ajudar.
-Não sou boa nisso – já havíamos
entrado na escola, estávamos no pátio após os armários.
-Informática?
-Posso fazer isso em casa.
-Natação?
-Odeio, tanto quando um gato odeia
água.
-Economia domestica?
-Não sirvo para dona de casa.
Provavelmente meu marido vai ter que cozinhar, lavar passar e fazer massagem.
-Sou bom em massagens – ele riu como
se fosse uma piada. Sei que não teve a intenção, mas podia jurar que estava se
oferecendo para preencher a vaga de futuro marido.
-Eu vou indo, vou falar com a Lucy.
Até mais tarde.
-Até mais.
Fui até o armário de Lucy mais ela não estava lá, sentei do
lado dele e esperei uns três minutos até que avistei Lucy vinda do fundo o
corredor.
-Ei Emma, amiga chegou cedo? – Lucy usava um vestido rosa
claro, e estava com suas plataformas, me fazendo sentir mais que uma tampinha.
-Não vai acreditar quem veio comigo conversando até a escola.
-Quem?
-Roy – disse empolgada.
-AAH, amiga não acredito – ela saltitava.
-Nem eu, e ele está até me ajudado a escolher uma atividade
extra, ele é tão lindo quando fala, anda e respira.
-Eu acho que tem alguém apaixonada por aqui – ela cantarolou.
-E já faz mais de quatro anos, não é novidade Lucy.
-Talvez ele já tenha percebido que você é afim dele, e
resolveu investir.
-É melhor não arriscar, às vezes ele só está tentando ser
gentil.
-É melhor ir logo ao seu armário pegar seu material, a aula
começa em cinco minutos.
-Claro, me encontra na sala então, eu vou lá pegar.
-Ok, pode deixar.
Fiquei feliz
por Adam ter faltado aula, e com raiva também porque se eu tivesse esperado por
ele ia acabar na porta de casa o dia inteiro. E o ponto ágüe do meu dia foi ter
conversado com Roy mais ou menos por uma meia hora. Lucy foi para casa
comigo no fim das aulas, marcamos de ir dar um passei pelo bairro e depois ir à
praia lá perto de casa.Chegando em casa, senti o cheirinho de batata frita logo
que passei pela porta, fomo direto para a cozinha, fizemos nosso prato o almoço
era batata frita e tofu.Não era a melhor combinação do mundo, mas mamãe estava
de dieta e tínhamos que comer essa “coisa” em todas as refeições, e pela cara
que Lucy fez ela também não parecia animada em comer Tofu no seu almoço.
Subimos para o meu quarto, fomo direto nos sentando na cama.
-Não acredito que você vai ter que comer essa coisa o ano
inteiro.
-Acho que não, mamãe nunca termina uma dieta, talvez dure um
mês ou dois.Mas vou comprar algumas coisas no super mercado para poder
sobreviver.
-Ou você pode comer na minha casa.
-Sabe que eu não gosto de dar trabalho, mas obrigada pelo
convite.
-Podíamos ir ao cinema hoje, soube que esta passando um filme
mega legal.
-Sério?Qual é o nome?
-Eu não sei, mas se eu ver o cartaz acho que reconheço.
-Acho que tudo bem então.
-Oba!
- Eu trouxe
um vestido laranja,fica lindo na minha pele – disse Lucy já se aprontando para
o cinema.
-Qualquer coisa fica bom em você Lu, eu que não tenho essa
sorte.
-Fala sério Emma, você é linda. Se se arruma se direito não
tinha para ninguém.
-Acho que não – peguei um jeans no meu guarda-roupa e uma
blusa branca de manga comprida com dois botões na parte de cima.
Coloquei a blusa e deixei os botões
desabotoados, ficavam melhor assim. Coloquei meu tênis e joguei o cabelo de
lado, eu já estava pronta mais sabia que ia ter que esperar Lucy passar todas
as suas maquiagens, então me joguei na cama e esperei.
-Já esta pronta? – perguntei vinte
minutos depois.
-Só vou passar o batom, você devia
passar também.
-Não fica bom em mim, prefiro assim.
-Fala sério Emma, você é branca e
ainda por cima coloca uma blusa branca e fala que esta chamando muito atenção.
-Eu não disse...
-Passa o batom e eu não demoro mais
nem um segundo.
-Então deixa eu passar isso logo.
Eu abri o batom e o passei, fui até o espelho conferir e o
batom era mega vermelho, pensei em tirar na mesma hora mais Lucy me arrancou do
quarto antes que eu pudesse tirara aquilo de mim.
Chegando ao cinema havia sete filmes em cartaz e Lucy não
reconhecer o filme que queria ver, tínhamos um dilema, não sabíamos que filme
ver.Então pensei em ascetismos A pior noite da sua vida, um filme de terror que
tinha em cartaz mais Lucy queria ver O segredo de toda garota. Travamos um batalha bem ali, eu não
ia ver aquele filme mamão com açúcar e ela tinha medo do outro filme, então me
arrependi amargamente de ir ao cinema.Acabamos que não vimos filme nenhum e nos
sentamos na lanchonete do cinema para lanchar.
-Ainda não acredito que eu não vou poder O segredo de toda
garota, esse filme é lindo Emma.
-Sei lindo.
-Melhor do que aquele terror fajuto, com sangue falso e
aquelas loiras peitudas fugindo de um assassino de preto.
-Como quiser Lucy – voltei a comer minha pipoca com
refrigerante ignorando o que Lucy dizia do filme.
Na saída do cinema avistei Priscila e seu novo namorado Tom,
um idiota da faculdade, eles saiam do filme
que Lucy queria ver, queria rir dela por obrigar o garoto a ver aquilo,
mas não estava no clima de arrumar confusão. Me despedi de Lucy que
ficou para assistir o seu filme na próxima seção, sai do cinema e peguei a rua
treze que saía pertinho da minha casa,mas encontrei Priscila lá na rua treze,
então pensei, maldita preguiça porque eu não peguei o caminho mais longo.
-Oi – eu tentei passar por ela sem dizer nada, mais ela foi
logo dizendo “oi” pra mim.
-Oi, eu acho – eu nunca tinha certeza do que falar quando se
tratava dela.
-Assistiu a que filme?
-Nenhum, e o que te interessa?
-É que eu te vi no cinema e pensei qual tipo de filme alguém
como Emma pode querer ver – aquilo não tinha sido bem um insulto, mas eu ainda
não entendia o que ela queria comigo.
-O que quer?
-Nada, só achei que poderia conversar com você.
-E o que te faz pensar isso? – ela estava encostada em um
carro, provavelmente o dela.
-Nada, está certa, desculpe por te incomodar.
Aquilo era realmente estranho, Priscila nunca havia falado comigo
em toda sua vida, e agora esta me tratando como uma amiga e me fazendo crer que
seus sentimentos importavam.
-O que aconteceu? – sentia que ia me arrepender disso para
sempre.
-Nada, só umas coisinhas que estão todos os foras do lugar.
-E porque não vai pedir ajuda para a Lize ou para a Liza.
-Elas não entendem disso. Só de sapatos e festas.
-E porque anda com elas? – na verdade eu sabia o motivo, ela
era exatamente igual elas.
-É assim que as coisas têm que ser.
-Porque acha isso?
-É a cadeia alimentar, cada um tem
seu lugar. O meu é com elas.
E nem precisou nem muito para
começar a me arrepender de conversar com Pri.
-O que aconteceu então? Deve ser
algo sério, você me odeia e está falando comigo.
-Eu não te odeio – ela meio que
sorriu.
-Não?Podia jurar que sim.
-Só gosto de te irritar.
-Eu percebi.
-Mas você deixou bem claro que não
quer brincadeira, quando quebrou meu nariz.
-Desculpe por isso, mas você estava
pedindo.
-Às vezes eu exagero um pouco.
-Um pouco, tudo bem – não era um
pouco e sim MUITO, ela sempre pegava no meu pé e me humilhava desde a sexta
série.
-Decidi te deixar em paz, já que
está cansada de mim.
-Não estou cansada de você – é claro
que eu estava, mais não ia dizer isso para a garota –Só que se você fosse assim
sempre, talvez eu pudesse gostar mais de você.
-Sério? – ela parecia animada com a
idéia.
-É – desencostei do carro dela e
voltei a andar, acho que aquilo era o fim da conversa.
-Eu não sou tão má Emma, nunca
contei pro meu irmão que você gosta dele, apesar de saber.
-Obrigada – acenei com a cabeça. Ela
estava falando mesmo sério ou aquilo era só um plano para me humilhar de novo.
Capitulo sete
Entrei no carro de Adam e bati a
porta, ele estava cinco minutos atrasado, o que me deixou com raiva já que
ontem ele nem havia aparecido.
-Bom dia - ele não tirou as mãos do volante e acelerou
logo que entrei.
-Oi – respondi emburrada.
-O que foi Emma?
-Está atrasado – joguei a bolsa no
banco de trás.
-Pega leve Emma, estou te dando
carona.
-Porque não veio ontem?
-Eu tive problemas.
-E eu fiquei esperando.
-Não ficou não, eu vim até aqui
avisá-la. Você já tinha ido.
-Não queria que eu te esperasse a
vida inteira, queria?
Viramos a esquina e estávamos no bairro da escola, faltava
pouco para chegar lá.
-Você é muito chata garota da massa de bolo, sabia?
-Sabia. Agora estaciona logo – estávamos quase em frente a
escola quando ele parou o carro e trancou as portas.
-Pronto chegamos – ele se virou na minha direção.
-Fala sério Adam, abre logo essa porta.
-Vou abrir, mas tenho uma condição.
-Fala logo – disse batendo no couro do banco.
-Repete o que eu dizer.
-Manda... - disse bem grossa.
-Obrigada...
-Obrigada – disse rabugenta.
-Adam...
-Adam...
-Por me trazer para a escola...
-Por me trazer para a escola...
-E... – disse ele debochado.
-Acaba logo com isso, o sinal já bateu – estávamos na porta
da escola, pude ouvir o sinal bater mesmo dentro do carro.
-Diga.
-E...
-E sou uma ingrata resmungona que só pensa em mim mesma –
disse ele rindo na minha cara.
-Eu não vou dizer isso – gritei.
-Então vai faltar aula hoje.
-E sou uma ingrata resmungona que só pensa em mim mesma.Posso
ir agora?
-Claro que pode – ele destravou a porta do carro e saímos,
adiantei o passo não queria me atrasar.
-Calma Emma, não vai reprovar se chegar atrasada um dia.
Entrei correndo na escola,Adam entrou logo atrás.Parei na
porta da sala e o professor de biologia já estava lá dentro,me arrependi
eternamente por vir de carona.O meu
professor era um cara extremamente chato e rigoroso, ele não perdoava
atrasos.
-Com licença, senhor Oliver posso entrar? – odiava chegar
atrasada, todos sempre me encaravam na porta, acho que é assim com todo mundo.
-Sabe que horas são senhorita Fox? – ele sempre dizia a mesma
coisa.
-Me desculpe professor – disse Adam surgindo na porta também
– A culpa foi minha.
-Está se responsabilizando pelo atrazo da senhorita
Fox?Senhor...
-James.
-Senhor James? – perguntou o professor Oliver abaixando o
óculo.
-Sim.
-Entrem, e não cheguem atrasados de novo, não quero parar a
minha aula.
Sentei-me no fim da sala, ao lado de Lucy. Me afundei
na cadeira até o fim da aula.Eu estava sem meu material de biologia, não
teria coragem de pedir para eu ir ao armário buscar, então apenas torci para o
Professor Oliver não perceber nada.
O sinal bateu e corri para meu armário, Lucy tentou me
alcançar mais só conseguiu quando eu cheguei ao meu destino.
-Emma pode correr menos? – disse Lucy ofegante.
-Desculpe, tinha que pegar meu material. Está todo aqui, só
estou com o caderno de matemática na bolsa.
-Você teve sorte de o professor não ver que estava sem o
material, ele ia te mandar para fora. Chegar atrasada, parar a aula, dispersar
a turma e ainda sem material. Ia ser um belo castigo.
-Eu sei.
-Achei tão fofo o gatinho ter levado a culpa por você – ela
suspirou.
-O Adam?Fala sério Lucy a culpa foi dele, ele chegou atrasado
e ainda me trancou no carro.
-Estava trancada no carro dele? – seu olhar era malicioso.
-Para Lucy, sabe que eu só tenho um objetivo.
-Então quer dizer quer ele está livre para mim.
-Como assim? – peguei livro e tranquei o meu armário.
-Posso investir então?
-Fala sério, no Adam?
Claro.Eu não sei se você percebeu ele é bem popular por aqui,
bonito e rico.O que mais é preciso.
Eu não pensava do mesmo modo que Lucy, mas ela estava
certa.Nesse primeiro mês de aula Adam havia se tornado bem popular, mais do que
muita gente se tornou em anos. Era
difícil entrar no banheiro feminino e ouvir algum nome alem do dele.Mas isso até
que é bom, libera o caminho para o Roy, e sem ninguém babando em cima dele
talvez eu tivesse alguma chance.
-Oi – ouvi uma voz surgir atrás de mim e Lucy.
-O que quer? – disse Lucy com a voz ríspida, me virei e era
Priscila.
-Oi – disse normal.
-Estão bloqueando meu armário – Pri estava calma, assim como
no outro dia na rua.
-Claro, vai pegar suas tralhas – Lucy saiu do corredor e me
largou com Pri, ela a odiava ainda mais que eu.
Na verdade ela tinha motivo.Na sétima série Lucy se apaixonou
por um menino chamado Daves.E então Pri contou para a escola inteira que ela
gostava dele e ainda por cima começou a sair com o Davis.Luci ficou com muita
raiva e declarou guerra contra ela.
-Tudo bem? – perguntei.
-Claro, porque não? – ela jogou um livro dentro do armário
e o trancou.
-Ok.
-Olha Emma, eu tenho uns convites para a festa da praia.
-Festa da praia?
-Fala sério você mora aqui, não sabe o que é isso?
Fiz que não com a cabeça, ela respirou funda e começou a
falar.
-É uma mega festa, roupas de grife, celebridades locais e até
nacionais. Comida cara, horas no salão.A maios festa da cidade,só para a
elite americana.
-Parece legal.
-É claro que é legal Emma, acontece todo ano na praia da
Colina. Na mansão de praia dos Price, e tem um luau mega bacana em volta.
-Nunca fui a um luau – eu não precisava ter dito isso.
-Então toma, vai gostar – ela me entregou um convite, na
verdade ela o colocou dentro da minha bolsa.
Olhei o outro convite na mão dela, e a data era bem longe.
-É daqui quatro meses
– disse impressionada.
-É uma festa muito disputada,meu convites já chegaram a mais
de um mês.
-Porque está me dando isso?
-Pela nossa conversa do outro dia.
-Achei que aquilo não mudava nada.
Ela bateu a porta do armário com força.
-Pra mim muda.
Ela saiu e me deixou lá, sem entender nada. Aquilo queria
dizer o que?Um tratado de paz. As
aulas passaram bem até o resto do dia.A ultima aula foi livre, e como eu não
tinha nada para fazer fui para casa.Chamei Lucy para ir até minha casa, mas ela
não estava ocupada com lição de casa atrasada.
-Ei Emma, vamos até a praia dar uma volta.
-Eu não gosto muito de andar na praia – me joguei na minha
cama.
-Anda Emma, por favor. Papai e mamãe saíram não tem nada para
fazer.
-Saíram como assim?
Eu havia entrado em casa e nem tinha reparado que eles não
estavam.
-Papai deixou um bilhete na cozinha
falando que eles iam dormir na casa do titio, ele estava passando mal alguma
coisa assim.
-Coitado do tio, eu achei que ela ia
ficar bem depois de tanta terapia.
-Mas então...vamos a praia.
-Tudo bem, eu vou colocar um short.
-Ok, te espero na
porta.
-Que demora – reclamou Bem, se levantando do degrau.
-Sou uma menina Bem, não é só colocar uma bermuda qualquer.
-Tá, vamos logo.
Descemos o morro no fim da nossa rua, ele levava para uma rua
principal e vazia, que saia na lateral da praia da Colina. Então me lembrei da
festa que teria ali. A
praia estava vazia, e ventava não era um
boa praia, a água era clara e brilhante,a areia tão branca e fria.
-Podia fazer um pouco de sol para variar.
-Praia com sol, só daqui a duas horas de carro Bem.
-Já fomos lá, no seu aniversario. Aquela praia é muito cheia.
-E essa aqui muito vazia.
Descemos uma escadinha que dava na areia da praia. Tirei a sandália e a
deixei ali, ninguém roubaria um chinelo velho. Fomos andando na beira da água,
a água molhou meus pés, estava fria, muito fria.
-Que frio – gaguejou Bem.
-Eu gosto mais assim.
-É porque você é fria.
-Idiota – o empurrei.
Continuamos andando, pudemos avistar bem longe lá no fim da
praia uma casa,enorme,era uma mini mansão de praia, branca com enormes janelas
de vidro.Parte dela ficava sobre a água, era incrível.Imaginei que ali seria a
sede da festa que Pri havia dito.
-Nossa, que casa – disse Bem se sentando na areia, agora já
estávamos a poucos metros dela.
-É. Eu teria medo de dormir sabendo que parte da minha casa é
na água.
-Tem vigas em baixo, Emma.
-Eu sei, mas mesmo assim. Não confio nessas coisas.
-Fala isso só porque você tem medo de água.
-Cala a boca – me sentei na areia também, e me deitei sem
importar com a areia em meus cabelos.
-Como será que aquele cara sumiu?
-Do que você esta falando?
-O cara do noticiário, que passou ontem a noite.
-Eu não vi o noticiário ontem a noite.
Na verdade
fazia um bom tempo que eu não via a TV.Muito menos o noticiário.
-Um cara que estava velejando aqui
na praia, ele sumiu e o corpo não foi encontrado até hoje.
-Eu disse,
não confio no mar. Velejar, isso é para suicidas.
-Não é para
suicidas, para inteligentes talvez –
disse uma voz de traz de mim e Bem,nos viramos para ver.
Continua...
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