Capitulo quinze.
Mesmo com
apenas dois dias de aula na escola nova, mas mesmo assim tive que ir a casa da Samantha
Evans decidir o destino da viagem da turma. Sem mesmo conhecer alguma outra
pessoa além dela.
Chegando à
rua pude avistar a casa da Sam, era aquelas do tipo ecológica. Agora havia
entendido tudo, ela era aquele tipo de pessoa que só pensava em salvar o
planeta e o resto que se dane.
-Val. Que bom que você veio – disse Samantha toda serelepe a
me ver.
-Achei que devia vir – expliquei, mesmo que não precisasse.
-O pessoal já esta chegando, pedi para você vir mais cedo
para te deixar por dentro de como trabalhamos por aqui – disse sorrindo, até
demais.
Por trás de Samantha passou uma pessoa, mas não me dei um
luxo de olhar por cima do ombro dela.
-Ah ,deixa eu te apresentar o meu primo – ela parou para
chama-lo, aos berros – Ô, primo, vem aqui! Quero te apresentar a menina nova da
minha sala, a Val.
E para minha total surpresa, o primo dela era alguém bem
conhecido.
-Val, esse é o Adam, e Adam, essa é a Val.
-Oi, James – disse bem brava. Com tantas pessoas no mundo
Samantha tinha que ser prima do Adam.
-Olá, menina da massa de bolo – ele estava rindo, como sempre
–Achei que se chamava Emma – disse me provocando.
-Não é o único que tem dois nomes, sabia?
-Vejo que vocês já se conhecem... –disse Sam.
-Sério? Quando foi que você percebeu? – Disse bem grossa.
Adam tinha conseguido estragar meu dia.
-Vem é melhor você entrar – ela me puxou para dentro.
Fomos até a sala, me sentei em um dos sofás. Sam se sentou de
frente para mim, e Adam do meu lado. O que me irritou muito já que ele não
parava de mexer no meu cabelo.
-Quer comer alguma coisa? – Sam, sempre tentava ser uma boa
anfitriã.
-Não, não precisa – disse.
-Tem certeza?
-Ela quer – disse Adam –Só está com vergonha de pedir.
-Eu não quero se quisesse pedia – o olhei bem brava.
-De qualquer forma vou pegar, daqui a pouco o pessoal chega,
e muita gente na cozinha faz bagunça – ela saiu da sala, por mais que eu
dissesse que não precisava.
-Deixa de ser infantil Adam – disse.
-E você deixa de ser chata, onde está seu senso de humor?
-O meu senso de humor? – disse irritada – Ele ficou lá no
julgamento, te esperando!
-Ainda por isso?
-Ainda? Que cara de pau – como ele podia dizer isso.
-Olha – disse ele bem calmo – Eu tive outro compromisso.
-Sério. Mais importante que eu? –eu já estava irritada.
-Emma...
Mas antes que ele dissesse, sei lá o que ia dizer, a porta se
abriu. A casa foi invadida por uns quinze alunos, todos já foram se sentando no
sofá e chamaram por Samantha, que veio a todo vapor com sacos de salgadinhos.
Praia, foi a primeira opinião da galera, mas algumas pessoas
como a Sam, queriam um caminhada ecológica, algo que envolvesse a natureza, já
os viciados em computador, queriam apenas convenções de desenhos animados. A
maioria queria acampar, uma semana inteira no meio do nada, é isso que eles
chamam de férias?
Ficamos olhando por horas, panfletos com hotéis e lugares
para férias escolares. No fim todos chegaram a conclusão de passar as férias em
um hotel com piscina, e o melhor em frente a um parque de diversões, que
ficaria lá durante toda nossa estadia.
Eles iam começar a resolver o resto das coisas, mas eu já não
precisava mais estar ali. Então peguei minha bolsa no braço do sofá, Sam estava
tão distraída que não me impediria. Eu ia saindo da casa de Sam, mas Adam me
puxou pelo braço na saída.
-Emma.
-O que foi dessa vez? Adam. – gritei – O que quer, não pode me deixar em
paz?
-Só queria dizer que não há nada –
ele estava sério.
-Nada o que? – perguntei impaciente.
-Não há nada... Mais importante que
você – ele entrou de volta na casa de Sam e fechou a porta, pude ver seu rosto
pelo vidro.
Chegando em casa, fiquei pensando no que Adam tinha dito. E
cheguei na conclusão que era simplesmente uma mentira descarada. Se não havia
nada mais importante do que eu, porque ele não tinha ido ao tribunal? Por que
sempre sumia de repente ? E porque não tinha dito que tinha uma prima, e muito
menos que era a Sam?
Não parece ser o tipo de coisa que um amigo descente faça.
Fui para o meu quarto, esperei meus pais chegarem em casa,
agora tinha que convencê-los a me deixar ir a viagem da escola, se bem que
depois do que houve, nem sei se realmente quero ir.
Eles chegaram, demoraram tenho que admitir, fui até a sala e
os juntei no sofá.Falei do passeio, disse que era uma semana e onde seria, eles
não esboçaram nenhuma opinião.
-Claro que pode ir filha! – disseram em coro.
-Sério?
-Claro você nunca sai nunca se diverte. Viajar, e ainda mais
com a escola, pode ser tão divertido para você – mamãe estava mais empolgada
que eu.
-Ok então, obrigada – disse meio assustada.
Meus pais sempre são assim, totalmente imprevisíveis. E desde
o que houve, acho que se pedisse uma viagem para qualquer lugar do mundo, eles
bancariam. Em fim, até que não era uma má idéia.
Me deitei na minha cama, estava um pouco cansada.E
francamente nem sei de que, não havia feito nada.Mas de maneira alguma consegui
dormir, mas também eram apenas oito horas.Coloquei meu pijama e voltei para a
cama.
Um tempo depois alguém bateu na porta, se não me engano já
haviam de passado quase uma hora.
-Vai embora Bem – gritei não tava afim de perturbação.
-Não é o Bem – disse Adam entrando no meu quarto.
-Sempre nas horas menos esperadas, não é? – disse me virando
na cama.
-Fazer o que, não sou do tipo previsível – ele se sentou na
minha cadeira do computador, de frente para mim.
- O que quer?
-Não preciso de um motivo, pra vim te visitar.
-Conta outra, Adam.
-Tudo bem. A verdade é que... Talvez eu te deva explicações
por não ter ido ao julgamento.
-E outra por não ter avisado que não ia.
-Eu tive medo, Emma.
-Medo?
-De te acusarem, não queria ver isso.
-Que pessimismo, estou vendo o quando acredita em mim – disse me sentando na
cama.
-Mas você tem duas opções.
-E quais são? – prendi meu cabelo por trás da orelha.
-A primeira opção é me odiar para sempre e nunca mais olhar
na minha cara. E a segunda é, me perdoar e esquecer toda essa história, tudo
que aconteceu.
-Apesar de a primeira opção ser tentadora – ele riu quando
disse isso – Não estou podendo jogar os amigos fora, não sei se você sabe,
mas... Não tenho mais ninguém agora.
-E quando teve? – joguei uma almofada nele, por ter dito
isso.
Ele levantou e foi até minha cama, e me abraçou. Eu não
queria que esse momento nunca mais acabasse.
-Vai voltar para a escola antiga? – perguntou tirando seus
braços de minha volta.
-Não.
-Não faz isso, aquele lugar é um saco sem você.
-Até parece – me levantei –Agora para de me bajular e vai
para sua casa, meus pais não estão acostumados que eu receba vista.
-Eles ou você? – joguei outra almofada nele. Adam riu e saiu
do quarto, imagino a desculpa que ele tinha tramado para driblar minha família,
mas eu não estava interessada em realmente saber.
Na noite do dia seguinte, me lembrei de arrumar as malas, ou
a mala, ainda não decidi. Fui até a garagem, e peguei uma mala com rodinhas,
era rosa e com florzinhas, mas eu não estava nem aí, apesar de achar que não
era bem apropriado para minha idade. Peguei na minha mochila, uma lista
que Sam havia me entregado na escola. Tinha mais ou menos as coisas que
deveríamos levar, entre elas estava biquíni, repelente, protetor, sandália baixa,
tênis esportivo, salto para festas, sapato para ficar no quarto do hotel, e
mais uns trinta tipos de calçado... Era mais do que eu tinha. Então peguei
apenas dois pares de tênis e joguei na mala. Demorei umas duas horas para saber
que roupa levar, e no final sabia que tinha escolhido um monte de coisas que
nem usaria, da mesma maneira que sempre faço.
continua....
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