-Você nunca
diz oi, não é? – falei aborrecida, era Adam, ainda mais depois de hoje de
manha.
-Oi.
-Oi – disse Bem.
-Só porque você não sabe velejar
Emma, não quer dizer que não é legal.
-O que faz aqui? –perguntei, me
levantando e sacudindo a areia do corpo.
-Moro aqui garota.
-É o dono da casinha ali não é –
disse sarcasticamente.
-Disse que morava na praia.
Revirei os
olhos.
-Fala sério cara, você mora nessa
casa! – Bem se levantou rapidamente, ele estava muito empolgado.
-Que bom que alguém gosta.
-Como é morar lá.
-Bem legal, não precisa sair de casa
para se divertir.
-Então porque você sai? – provoquei.
-Sou um cara misterioso – ele riu.
-Tem uma
sala de jogos? – perguntou Bem.
-Claro.
E em dois
minutos parecia que Adam e Bem eram melhores amigos de infância.
-Tem jogos de mesa ou só vídeo-game.
-Os dois, eu gosto de pebolim.
-Sério?Eu competia quando íamos à
cidade do meu avo, lá é pequeno sempre tem uns torneios com a galera da cidade.
-Parece ser legal – fala sério, Adam
não tinha cara de ficar jogando Pebolim sábado a noite.
-É muito, se quiser quando formos
podemos te levar. Acho que vamos em breve.
-Sério que legal ,vai ser o máximo.
-Mas Bem e a
Lucy ? – me intrometi.
-Poxa Emma você sempre leva a Lucy e
eu nunca posso levar ninguém, é minha vez – resmungou Bem como uma criancinha.
-Não se preocupe, Emma vai comigo no
carro. Ela já tem um lugar fixo lá, não é mocinha?
-Não, não é.
-Chega lá em casa, aí vemos se você
é bom mesmo.
-Vamos então
– Bem se levantou imaediatamente.
-Não, não, não. Temos que ir para
casa.
-Fala sério Emma, acabamos de
chegar. E o pai e mãe nem vem hoje.
Adam deu um sorriso torto, como
sempre fazia. Ele sabia que eu tinha sido derrotada.
-Quero estar em casa antes da seis –
Bem comemorou – Ouviu bem? – perguntei bem grosa.
-Claro mamãe – resmungou ele se adiantando.
-Qual é o problema em me visitar
mocinha, eu já te visitei uma vez.
-Não fala comigo Adan.
-O que foi que eu fiz – ele
continuava rindo.
-Atrasou para me pegar, me trancou
no seu carro, me fez de idiota, cheguei na escola atrasada, o professor não
ficou nada feliz com isso.E a Lucy acha que estamos saindo, tinha quer falar
que eu me atrasei por sua culpa na frente da sala toda.
Ele não
disse nada, só adiantou o passo para alcançar Bem.Chegamos a varandinha da
casa, Adam abriu a porta que estava destrancada, um perigo na minha
opinião.Entramos.
A
entrada dava na sala compartilhada da cozinha, que parecia mais um bar. Era um
daquelas casas modernas com poucas paredes. O piso era branco, e havia uma
pilastra talhada em madeira branca que marcava a entrada do barzinho na sala. Os sofás eram
pretos, dois grandes e umas cadeiras grandes e modernas,
uma vermelha e outra cor vinho. A TV era enorme e embutida na parede.
-É por aqui
– ele abriu uma porta branca, com detalhes de vidro.
A sala de
jogos era bem mais colorida, e tinha uma TV enorme tanto quanto a da sala,
vários vídeo -games e umas poltronas, no canto tinham tiro ao alvo, sinuca,
pebolim, xadrez e umas estantes com jogos de tabuleiros.
-Isso que é uma sala de jogos –
disse Bem correndo para Pebolim no canto
esquerdo.
-Vai apostar quanto? – Adam se
dirigiu a mesa.
-Não tem aposta em Pebolim.
-No meu Pebolim tem.
Eles se
olharam, como se um esperasse extorquir uma mina de ouro um do outro.
-Emma quanto você tem aí? –
perguntou Bem.
-Ei, não me meta nessa história.
Pede pro senhor riquinho aí.
-Deixa seu irmão se divertir Emma,
não seja sem coração.
Arranquei
uma nota de vinte do bolso, e coloquei no bolso de bem.
-Vai me pagar cada centavo e com
juros, moleque.
-Valeu mana – Bem e Adam começaram a
jogar.
Depois de
uma hora eu estava entediada, eles estavam em sei lá qual partida. Me joguei no
sofá amarelo que tinha no meio da sala.
E então uma hora. Me levantei do
sofá, e fui até uma outra porta que tinha na sala de jogos, ela era de vidro e
dava para a varanda.Cheguei na mureta da varanda, me senti tonta podia ver a
água passar por debaixo do chão de madeira.Me fiquei olhando para a água,era
tão clara que podia ver os peixes,pisquei e podia jurar que vi mais que um
peixe passando por debaixo d’água.
Cambaleei para frente, me senti um
pouco tonta, devia ser o balançar da água. Me segurei com força na mureta da
varanda.
-Está tudo bem? – perguntou Adam.
-Sim.
-Não parece
– ele também se apoiou na mureta -É perigoso ficar assim muito perto, ainda
mais se estiver tonta como você esta agora.
Ele se sentou no banquinho de
madeira na varanda, me sentei também. Parecia melhor do que ficar em pé.
-Desculpa – disse Adam sério.
-Pelo que?
-Por hoje de manha. Era só uma
brincadeira idiota Ema.
-Tudo bem – disse baixo.
Ele fez que
sim com a cabeça.
-O que o Bem está fazendo?
–perguntei olhando para trás.
-Jogando um game online. Mas ele é
melhor que eu, mas não deixe ele saber
disso – ele riu.
-Claro que não.
-Porque tem tanta raiva de mim?
-O que?Não tenho raiva de você.
-Claro que tem, vive gritando comigo
e mandando.
-Eu sou assim com todo mundo James.
-Como que a sua amiga te agüenta?
-Ela me entende – sorri ao falar de
Lucy, ela era realmente muito especial.
-Não parece. E a Priscila?
-O que?Achou ela bonita? – eu ri.
-Não, ela não é do meu tipo...
-Sério?Ela rica e mimada, você é
rico e mimado e...tem certeza que não é o seu tipo.
-Ta vendo, você merece as
brincadeiras. Fica fazendo piada.
-O que tem a Pri? – mudei de
assunto.
-Ví vocês falando hoje, e não teve
briga.
Ele riu de sua piada, eu ri também.
Não que tivesse graça mais eu entendi, era como um milagre eu não brigar com
ela.
-Ela ta
tentando mudar, estendeu a bandeira branca e paz. Acho que foi porque eu
quebrei o nariz dela.
-Eu não acho uma boa idéia essa
amizade.
-Porque não?
-Ela não é uma boa pessoa.
-Como sabe?
-Eu conheço a família dela - dei de
ombros.
-Acho melhor eu ir embora, esta
ficando tarde.
-São quatro horas Emma – disse olhando
no relogio -Se irmão vai ficar bolado.
-Eu sou uma Irma má, não me importo
– me levantei do banquinho e gritei para Bem – Vamos Bem, acabou seu tempo.
Tchau Adam, valeu por divertir o Bem, foi legal da sua parte.
-Não foi nada.
Saí da varanda e fui até a sala, Bem
se despediu do vídeo game e saímos da casa. Seguimos pela praia, o céu estava
escuro, uma tempestade estava por vir. Corremos para casa antes que a chuva
chegasse.
Chegando
em casa Bem foi direto para a geladeira, pude ouvir o barulho da chuva caindo,
fiquei feliz por já estarmos em casa.
-Não vai comer, Emma? – ele segurava
a jarra de leite e a caixa de cereal.
-Estou sem fome – me sentei na
bancada.
-Sem fome?Você não comeu nada o dia
inteiro.
Bem estava certo, eu não comia desde
manha e ainda não estava com fome. Tomei um copo de água e subi para meu
quarto. Me deitei na cama, me senti tonta da mesma forma que me senti na
varanda do Adam. Não
demorei muito para dormir.
Capitulo oito
-Oi Roy – disse ao o ver ele
atravessar a minha calçada.
-Oi Emma. E aí?
-Nada, só limpando o jardim.
Roy só
aparecia nas ocasiões em que minhas roupas estão sujas ou suadas. Mas pudera,
eu estava limpando o jardim, cortando a grama e plantando as rosas da mamãe.
Era minha obrigação para com o lar, o que me deixava cem por cento irritadas,
pois a obrigação de Bem era só limpar a piscina.
-Vai fazer algo de bom hoje? –
perguntei bem indiscreta.
-Nada, na verdade vou em casa.Tenho que pegar umas
coisas com minha irmã, mas depois volto para minha TV velha.
-Não quer sair, sabe ir algum lugar?
-O que tem de bom para fazer hoje? –
ele se encostou na cerca.
-Cinema e assistir ao jogo de
basquete – disse enquanto cravava a pá na terra.
-Qual filme?
-Terror.
-As oito ta bom?
-Claro, acho que até lá eu terminei
o jardim – brinquei.
Esperei ele
sair do meu ponto de vista para comemorar, nem acredito que essa abordagem
havia dado certo. Eu precisava contar para alguém. Terminei o jardim mais
rápido o possível e liguei para Lucy.
Continua ...
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