Capitulo dezenove
-Lucy? - gritei
perplexa – Como pode ser você?O que está acontecendo aqui?
-Emma, tão doce e inocente. Pena que é tão burra também, não
é! – ela agarrou meu cabelo, ela o pressionava com tanta força, podia sentir os
fios sendo arrancados.
-O que eu tenho a ver com seu sacrifício idiota.
-Nada, na verdade – ela falava naturalmente, enquanto dava
voltas pela minha cadeira.
Ela possuía um sorriso no rosto, não o sorriso divertido e
malicioso de Lucy, e sim um sorriso amedrontador e mortal. Tudo isso Emma ou Valentina
se preferir – ela riu – É só um teatro, somos todos atores, todos nos fingimos
fazer parte de sua vida, mas não fazemos, aquela historia de sangue manchado,
eu mandei a Priscila encher sua cabeça com caraminholas.
-Como assim não é real? – eu estava muito confusa, já era a
segunda vez que minha realidade mudava tão repentinamente.
-Nada disso existe. Essa sua realidade idiota não existe. Ou
achou mesmo que sua vida era esse filme de mistério – ela me rodeava. As cordas
que me atavam a cadeira estavam cada vez mais apertadas.
-O que quer dizer com isso? – minha
voz estava rouca, eu estava com sede.
-Achou mesmo que era uma sangue
manchado, tão idiota a ponto de acreditar em lendas. Acha que pode confiar em
tudo que vê na internet?Idiota. Foi fácil, pegamos a primeira lenda que vimos e
te fizemos acreditar que era verdade.
-Então nada disso existe? Tudo que
aconteceu esse ano, nada é real? – minha angustia havia de tornado raiva.
-Não sabe nada não é?Não desconfio
de nada, de ninguém?
-Como poderia, era minha melhor
amiga – ainda não compreendia como ela poderia fazer isso.
-Não, não era sua melhor amiga.
Nunca fui sua melhor amiga – sua voz era estridente, a rouquidão havia
desaparecido.
-Como não? – deixei uma lagrima
escapar, sabia que me arrependeria por ter feito isso.
-Acha mesmo que eu queria ser sua
amiga?Fala sério Emma.Você é ridícula, idiota e sem graça.Mas mesmo assim todo
mundo sempre gostou mais de você, mais
bonita, mais engraçada, mais gentil , mais inteligente.
-Não seja idiota, ninguém gostava
mais de mim do que gostava de você.Não acredito que isso está acontecendo por
ciúmes idiotas.
-Ciúmes idiotas?Não, nunca. Raiva,
ódio talvez. Vingança com certeza.
-Colocou areia no meu quarto esse
tempo todo, para que eu achasse que eu tinha matado o Roy na praia.
-Sim, foi um pouco difícil recolher a areia todos os dia, mas felizmente
temos pessoas que moram perto da praia.
-Não me interessa nada sobre você e
nada sobre essa gente nojenta!
-Nem alguém que você conhece?Alguém que
você goste muito, talvez? – seu rosto era de deboche.
-Meu irmão! – gritei.
-Não, pelo menos não mais.Soltamos
ele assim que chegou, só precisávamos dele até você chegar aqui, agora eu tenho
o que quero, não tenho motivo para matá-lo, ele é tão gato, seria um pecado.
-Não tem mais ninguém! – gritei,
minhas forças eram poucas mas estava revoltada com Lucy.
-Sério?Ninguém, achei que houvesse
uma pessoa, que você julgava especial.
Minha cabeça doeu,sabia de quem ela
falava agora.Mas o que ela estava insinuando, que Adam havia a ajudado com tudo
aquilo, que aquele tempo todo tudo era só um plano, que nada que ele fez foi
por mim e sim por ela, como ela podia insinuar aquilo.
-Acho que você lembrou de alguém,
não foi? – ela gargalhou.
-Ele não faria isso.
-E porque não?Porque ele gosta de
você?Acha mesmo que é por isso – ela fez um biquinho debochado
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